Dicas e desafios para quem vai abrir um novo negócio em 2025

O sonho de abrir o próprio negócio tem se tornado cada vez mais frequente entre os brasileiros. Segundo dados divulgados pelo Sebrae, com informações da Receita Federal, em 2024 foram registradas mais de 3,7 milhões de empresas no Brasil. Do total de empreendimentos, cerca de 378 mil novos negócios foram abertos apenas nos primeiros 7 meses do ano. Com esse cenário, muitos jovens empreendedores vêm se profissionalizando cada vez mais para conseguir acompanhar a tendência do mercado e aproveitar as oportunidades que vêm surgindo.

De acordo com o professor e coordenador dos cursos de Administração e Gestão de RH da Estácio Teresina, Fábio Carvalho, para abrir um negócio é muito importante ficar atento a outras habilidades além das empresariais. “Nossa vida hoje é impulsionada pela tecnologia, pelo acesso gigantesco à informação e pelas constantes mudanças no mercado de trabalho. A habilidade primordial é a capacidade de trabalhar bem em equipe e se relacionar com as pessoas. Pode não parecer moderno, mas é extremamente importante”, revela o professor, que ainda dá dicas para quem pretende empreender. “Temos que ter atenção e compreender a entrega de valor aos clientes, que é uma preocupação constante das maiores empresas atuais. Também devemos potencializar a diversidade em todas as suas formas, alinhar práticas sustentáveis e propósito social com lucratividade. Devemos também ter capacidade constante de inovar e criar soluções, construir uma rede estratégica de contatos e parcerias sólidas, e por fim, acompanhar e entender tendências internacionais, olhando atentamente para o que acontece em outros países”, destaca.

No entanto, existem armadilhas menos óbvias aguardando os jovens empreendedores. Fábio Carvalho alerta especialmente para a dependência excessiva de plataformas de terceiros para manter o negócio, e também chama a atenção para a saúde mental. “Precisamos pensar em diversificação ou até mesmo em construir plataformas próprias, evitando ficar vulneráveis a mudanças externas. Outro erro é focar excessivamente no produto, esquecendo a importância da distribuição, atendimento e aquisição de clientes”, explica o professor.

O especialista também chama a atenção para o uso das Inteligências Artificiais (IA’s) que estão cada vez mais presentes no mercado. Apesar dos benefícios que as IA’s podem proporcionar, é necessário ter cuidado com seu uso. “As IA’s podem oferecer insights interessantes que ajudam na tomada de decisão, que fica cada vez mais baseada em dados e não tanto em achismos e outro ponto que ela pode ajudar é na automação de tarefas repetitivas. Isso libera um tempo que é muito precioso para o empreendedor, mas temos pontos negativos que não podemos deixar também de levar em consideração, que seria a dependência crescente e às vezes cega da IA, além da falta de pensamento crítico. Além de haver problemas éticos e legais com informações erradas, imagens derivadas de artistas reais, a gente tem que ter muito cuidado na utilização da inteligência artificial”, alerta o professor de Administração e Gestão de RH

SAÚDE MENTAL

Além de manter as questões empresariais, não podemos deixar de destacar que a saúde mental também não deve ser ignorada. Segundo o professor Fábio Carvalho, a sobrecarga de trabalho pode acabar prejudicando o bom andamento de qualquer empresa.

“Hoje existe uma cultura que o pessoal está chamando de hustle, que é esse trabalho incessante, que pode parecer muito vibrante no início, para jovem que vibra e se dedica ao máximo e de repente estar naquele trampo que realmente acredita que seja interessante, importante, mas isso pode levar com certeza a um esgotamento”, alerta o professor de Gestão de RH.