Janeiro Branco: psicóloga clínica destaca a necessidade de apoio para pacientes com câncer

Reprodução

O câncer é uma doença cujos efeitos e tratamentos costumam ter um forte impacto no corpo e na vida do paciente. No entanto, uma das faces da doença que poucos prestam a devida atenção é quanto aos efeitos psicológicos no paciente, que deve receber o acompanhamento devido logo no início do diagnóstico.

Esse cuidado com a saúde mental é o tema da campanha Janeiro Branco, que aproveita o início do ano para conscientizar sobre a importância de cuidar da mente e de procurar orientação especializada quando necessário. Para a psicóloga da clínica Oncomédica, Kyslley Urtiga, o paciente oncológico necessita de uma atenção especial à sua saúde mental e bem-estar.

“Quando o paciente chega num contexto desse, como a oncologia, tudo se volta para ele. É onde ele para, reflete, analisa e traz uma impulsão de novo conhecimento do viver. É importante que a gente entenda qual é o enfrentamento que eu vou utilizar, que tipo de mentalidade faz com que eu consiga estruturar esse momento de uma forma mais verdadeira, consciente”, destacou.

Kyslley também frisou como a falta de conhecimento sobre a sua própria condição pode afetar o paciente oncológico, levando-o a se voltar para seus medos e frustrações ou mesmo evitando encarar o tratamento contra o câncer de frente, prejudicando sua saúde.

“Muitas vezes a gente sente que o paciente tem medo de falar, tem medo de perguntar, exatamente porque ele não dá conta daquela resposta, mas é importante entender que quanto mais informação você tiver sobre o seu adoecimento, mais você consegue lutar com as ferramentas corretas e, assim, ter forças para chegar próximo das ajudas necessárias nesse momento”, pontuou.

*Quando procurar ajuda?

Outra dúvida frequente entre pacientes e familiares é quanto ao momento certo para se buscar atendimento psicológico junto ao tratamento contra o câncer, acreditando que o ideal é esperar o surgimento de algum indício ou sintoma de problema de saúde mental. De acordo com a psicóloga, o recomendado é que o paciente receba acompanhamento psicológico desde a primeira consulta.

“O paciente precisa desse processo desde o diagnóstico, porque ele está enfrentando, neste momento, não só as dores de viver uma condição de luto pela saúde, pelo corpo saudável, mas também uma adequação com sua rotina, com a família, muitas vezes tendo que parar o seu trabalho”. Na Oncomédica, temos a orientação de que a psicologia deve receber esse paciente em sua primeira consulta para que ele possa manter-se em processo psicoterápico enquanto o tratamento estiver ocorrendo. Se você estiver nessa situação, busque logo, não espere os sintomas”, reforçou a especialista.