PT culpava Bolsonaro pelo dólar em 2021, mas agora usa mercado como bode expiatório

Durante a pandemia, o governo responsabilizou o então presidente pela crise em relação à moeda norte-americana, agora; sem pandemia, desvia a responsabilidade.

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT

Em 2021, durante a pandemia de covid-19, o Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou um vídeo em que responsabiliza o então presidente Jair Bolsonaro (PL) pela alta do dólar, apesar de o mundo inteiro estar enfrentando crises econômicas por causa do impacto do lockdown.

O vídeo, resgatado recentemente por internautas, surgiu quando o dólar ultrapassou os R$ 6 durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nele, o PT afirmava que, à medida que o dólar sobe, o preço do diesel aumenta, o que eleva os custos de transporte e, consequentemente, os preços dos alimentos.

No entanto, depois de assumir o Executivo, o governo Lula decidiu atribuir a culpa pelo aumento do dólar ao mercado financeiro e ao presidente do Banco Central, distorcendo a narrativa para desviar a responsabilidade.

Nesta segunda-feira, 2, o dólar atingiu um novo recorde pela quarta vez consecutiva, fechando o dia cotado a R$ 6,06.

Anúncio do pacote de gastos do governo Lula (PT) desestabilizou economia.

A moeda começou a se valorizar em relação ao real depois do anúncio de um pacote de cortes de gastos pelo governo federal.

Na última quarta-feira, 27, o mercado estava apreensivo em relação ao pacote que seria divulgado naquela noite pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O dia terminou com a cotação do dólar em R$ 5,93, o que representou uma alta de 2,21% em relação aos R$ 5,80 do dia anterior.

O temor do mercado acabou se confirmando. O anúncio de Haddad não trouxe os detalhes esperados, e, em vez de enfatizar cortes de gastos do Estado, ele prometeu ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda e continuar com a proposta de taxar os super-ricos.

O mercado de ações também reagiu negativamente ao pacote de cortes de gastos anunciado por Haddad. Nesta segunda-feira, por exemplo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), registrou queda. O índice fechou o dia com 125.235,54 pontos, apresentando um recuo de 0,34% em relação ao fechamento da última sexta-feira.