Ângela Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo e esposa do presidente Rodolfo Landim, foi indiciada pelo crime de racismo após ter feito uma publicação pejorativa aos nordestinos em suas redes sociais. O caso ocorreu após a eleição presidencial, que teve vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro no ano passado. Segundo a Polícia Civil do Rio, o inquérito foi concluído e relatado ao Ministério Público com o indiciamento da autora pelo crime de racismo. A publicação gerou reações de parte da torcida e grupos de sócios, que pediram o afastamento da funcionária.
O caso levou em consideração a Lei Nº 9.459/97, que enquadra aqueles que possam vir a praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Quem comete xenofobia é passível a reclusão de um a três anos e multa. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) passou a considerar como crime de racismo os atos que discriminam brasileiros que vivem no Nordeste em novembro do ano passado.
A publicação de Ângela Machado ocorreu no dia seguinte ao resultado das eleições presidenciais, na qual Lula obteve 69,34% dos votos no Nordeste, enquanto Jair Bolsonaro ganhou nas outras regiões do país. A diretora de Responsabilidade Social do Flamengo sempre demonstrou apoio ao presidente Jair Bolsonaro e fez campanha aberta pela reeleição nas suas redes sociais. Após a polêmica, ela fechou sua conta no Instagram.
O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, defendeu Ângela Machado na época, alegando que ela tinha o direito de se posicionar. O indiciamento da diretora pelo crime de racismo gerou reações na torcida do clube, que pede o afastamento da funcionária. Com a conclusão do inquérito e o indiciamento, o caso agora segue para o Ministério Público.