Férias escolares são um momento de lazer e diversão para a garotada relaxar e se divertir. Uma das brincadeiras mais populares nesta época mais seca e com ventos é empinar pipa (ou papagaio, quadrado, arraia, cafifa ou pandorga, dependendo da região), o que pode oferecer uma série de riscos para a aviação. O alerta é fundamental, principalmente, para quem vive próximo aos aeroportos localizados em perímetro urbano.
Luís Spanner, responsável pela área de Segurança Operacional da CCR Aeroportos, explica: “as pipas podem causar interferências nos voos pelo risco de serem absorvidas pelo motor da aeronave ou enroscar na hélice dos helicópteros. Também podem danificar algum componente essencial desses equipamentos. O momento de maior risco ocorre durante os procedimentos de pouso e decolagem”.
Spanner alerta ainda que a queda de pipas dentro do sítio aeroportuário pode provocar entradas indevidas de crianças na área operacional dos aeroportos.
“A tentativa de entrada em áreas protegidas das pistas dos aeroportos pode gerar uma série de ocorrências, entre elas, incidentes como arremetidas de aeronaves durante processo de pouso e atrasos nas operações de decolagem”, ressalta.
Desde o início da gestão da CCR Aeroportos, em março de 2022, já foram identificadas 61 ocorrências com pipas nos aeroportos administrados pela operadora. O maior número de ocorrências foi registrado nos aeroportos dos Estados de Minas Gerais (Pampulha), Santa Catarina (Navegantes), Goiás (Goiânia), Piauí (Teresina) e Maranhão (São Luís).
“Nos aeroportos administrados pela CCR, observou-se que 48% das ocorrências com pipas afetam as operações da pista de pouso e decolagem, com a queda ou sobrevoo de pipas nos aeródromos. Também detectamos que o dia da semana em que mais ocorrem eventos com pipas é no domingo, principalmente no período da tarde, entre 14 e 18h”, destaca Luís Spanner.
No Aeroporto de Teresina (PI) foram identificadas três ocorrências relacionadas à pipa após a assunção das operações pela CCR Aeroportos, em 24 de março. As ocorrências foram registradas, por exemplo, nas vias de serviço da área operacional do aeroporto, gerando impactos nas operações.
É importante destacar que, conforme o Código Penal, Art. 261, expor a perigo aeronave ou praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação aérea é crime, com pena de dois a cinco anos de prisão.
De acordo com Luís Spanner, a CCR Aeroportos trabalha para aumentar cada vez mais a segurança das operações. Nesse sentido, a companhia solicita o apoio da população de Teresina para que não solte pipas no entorno do aeroporto. Caso alguma pipa venha a cair no interior do sítio aeroportuário, a empresa orienta que as pessoas não tentem entrar na área operacional para resgatá-la.