A Fenep, que representa as escolas particulares, está considerando entrar com uma ação judicial contra a decisão do ministro da Educação, Camilo Santana, de suspender o cronograma de implementação do novo ensino médio e de mudanças no Enem.
Amabile Pacios, vice-presidente da entidade, afirma que a saída apontada pelo setor é que seja anunciado pelo governo um Enem transitório em 2024 para esperar os ajustes no currículo do ensino médio. Segundo ela, as escolas não vão voltar atrás, pois não têm como fazer isso.
Mauro Aguiar, membro do conselho consultivo da Abepar e diretor do Colégio Bandeirantes, alerta para a insegurança gerada pela decisão, não só para escolas, mas também para professores, famílias e o próprio ministério. Ele diz que existe uma pressão política que não tem nada a ver com educação e começa a confundir o próprio ministério ao ponto de ele não conseguir orientar e dar um norte. Aguiar alerta para o atraso brasileiro e diz que apresentar um currículo com uma só possibilidade é insano e que o Brasil é um contraexemplo ruim com estrutura rígida.
Elizabeth Guedes, presidente da Anup (Associação das Universidades Particulares), diz que a decisão do governo representa um retrocesso provocado por mera imposição política. Segundo ela, a Anup entende as dificuldades enfrentadas agora, a complexidade da implantação, e que o governo vai baixar uma portaria por 90 dias, e é o tempo que eles têm para ajudá-lo.
Celso Niskier, presidente da Abmes (Associação das Mantenedoras do Ensino Superior), informou que o fórum que representa as entidades do setor vai se reunir nesta quarta-feira (5) para tomar uma posição sobre o caso. Em sua opinião, a decisão do governo foi um erro, pois a reforma do ensino médio foi aprovada em 2017 e estava em processo de implementação. Ele diz que a pandemia atrasou o processo, mas que agora as escolas já estavam se preparando para as mudanças.
A suspensão do cronograma do novo ensino médio e de mudanças no Enem causou indignação entre especialistas e educadores. Eles afirmam que a medida prejudica a formação dos estudantes, aumenta a desigualdade educacional e gera insegurança no setor. Além disso, há preocupações com a falta de uma política clara para o setor e o desrespeito à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)