Do primeiro voo até agora foram mais de 1 mil vidas salvas no Piauí. Este ano, o Samu Aéreo completa uma década com atendimentos em várias cidades do estado. Entre os avanços, o transporte de pacientes entre municípios do interior, sem a necessidade de trazê-lo para a Capital.
“É um grande desafio. Em 2013, tudo era novidade, mas graças a Deus é um serviço que já se consolidou. Já fizemos mais de 1 mil missões salvando pessoas que estavam no interior do estado e trouxemos para Capital. É um serviço 100% SUS. Nem sempre os pacientes vêm do interior para Teresina. Já fizemos algumas transferências entre cidades do interior porque a vaga para aquela necessidade dele estava naquele local. Já levamos crianças de Bom Jesus para Parnaíba, ou sejam entre os dois extremos do Piauí. É engrandecedor esse trabalho porque conseguimos salvar vidas em um tempo hábil”, conta a enfermeira Cristiane Rocha, coordenadora do Samu no Piauí.
O Samu Aéreo é uma unidade de suporte avançado e conta com os equipamentos que, normalmente, têm em UTIs, como respirador, entre outros considerados importantes para a reanimação. Entre os casos atendidos estão pacientes com infarto agudo do miocárdio, AVC, neonatos [bebês com menos de 30 dias de vida]. A equipe é formada por sete enfermeiros e quatro médicos que se revezam nos voos diários. A aeronave opera somente durante o dia e é possível fazer até duas viagens.
Os aeródromos com condições de pouso do Samu Aéreo são homologados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e estão nas cidades de Parnaíba, Floriano, São João do Piauí, São Raimundo Nonato e Bom Jesus. “A cidade mais longe, saindo de Teresina é Bom Jesus. Até lá são quase 2 horas e se fosse via terrestre seriam umas 8 horas”, pontua Rocha.
Antes de assumir a coordenação, Cristiane conta que trabalhou nas ambulâncias do Samu e destaca o sentimento de salvar vidas.
“É enriquecedor ter a possibilidade de tirar aquela pessoa do sofrimento imediato. Isso é muito significativo, grandioso, tanto no trabalho em si como na questão da gente conseguir, muitas vezes, ter êxito em todas as ocorrências”, diz Cristiane Rocha que também coordena 92 cidades no Piauí com base do Samu.
Para ser atendido pela base aérea do Samu, o paciente é regulado por uma unidade de saúde onde recebeu o primeiro atendimento. Além disso, é preciso ter o quadro de saúde estável.
Vamos pra salvar vida e não para que essa vida se perca
A enfermeira Sandra Dourada é uma das profissionais que está desde a implantação do Samu Aéreo no Piauí. Nessa década, ela ‘coleciona’ algumas histórias e diz que ter empatia é primordial.
Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com
“Teve a história de um rapaz que sofreu um acidente de carro em Floriano. A gente trouxe esse paciente, mas pensamos que ele não ia sair, pois estava com um edema cerebral muito grande. Um mês depois, a mãe dele começou a postar fotos do filho e começamos a ver que ele estava bem. Achávamos que ele ia morrer. Ter esse feed back, que o paciente saiu bem e que o nosso trabalho contribuiu para que esse paciente saísse vivo, é muito bom. É aquele sentimento de ‘nossa!’, realmente nosso trabalho fez a diferença. Vamos pra salvar vida e não para que essa vida se perca, conta Dourado.
Fonte: Cidadeverde.com