Estudantes do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Professor Antônio dos Reis e Silva, localizado no município de Boqueirão do Piauí, cidade a 134 km da capital, Teresina, conquistaram a medalha de bronze nas Olimpíada Brasileira de Tecnologia (OBT), em votação do júri especializado. O evento foi realizado de 23 a 26 de julho, em São José dos Campos, estado de São Paulo.
Durante uma semana, a comitiva piauiense, formada por seis alunos e três responsáveis, vivenciou dias de imersão na Escola de Tecnologia Avançada (EAT)após alcançar a terceira colocação da competição, ao apresentar o protótipo do aplicativo Mindwell, desenvolvido com o objetivo de promover o bem-estar e auxiliar jovens e adultos em questões relacionadas à saúde mental e estresse.
Uma das integrantes do time “Guardiões da Mente”, nome da equipe piauiense, Daila Fátima Mesquita, estudante do segundo ano do ensino médio e do Curso de Técnico de Informática, aproximou-se de um sonho, ao conhecer a EAT paulista. No futuro, ela pretende cursar Engenharia Aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
“Tenho um sonho muito alto. Eu gostaria de fazer Engenharia Aeronáutica e fomos para onde está o ITA. Se esse sonho se realizar, eu vou ficar muito maravilhada por ter passado por essa experiência logo no segundo ano do ensino médio. Eu também quero seguir na área de tecnologia da informação” revelou a aluna, observada de perto pelos olhos atentos da mãe.
O sonho de Daila é vontade herdada. Aos 42 anos, o comerciante Antônio Carlos da Silva, pai da adolescente, é só orgulho da filha. Na infância, ele sonhava em se tornar professor de matemática, desejo que se tornou realidade por meio da filha mais velha.
“Minha filha representou o Estado. Sou muito grato por isso, porque eu tive um sonho. Todos têm um sonho na vida, o meu era ser professor de matemática, mas eu não consegui realizar. Hoje, ela que está me representando. Eu tenho orgulho demais dela”, afirma o pai, orgulhoso.
“Foi incrível. Por meio desse projeto tivemos a oportunidade de realizar o sonho de sair do nosso estado, viajar de avião pela primeira vez. O conselho que eu posso dar é se esforçar nos estudos, porque isso pode mudar sua vida”, afirmou Luiz Eduardo Barros, aluno do terceiro ano do Curso Técnico de Informática.
Integrante da equipe social do projeto, Ludmilla, estudante do Curso Técnico de Agente Comunitário, diz estar realizada, após meses de dedicação ao projeto, que impacta a realidade de sua cidade natal.
“Minha experiência foi maravilhosa. Conheci bastante pessoas e muitas experiências diferentes. Minha parte preferida foi a abertura do evento, quando apresentamos nosso aplicativo e um pouco da nossa cultura. Mais feliz ainda por ter recebido a medalha e espero estar aqui ano que vem”, completou a aluna.
A participação dos estudantes do Ceti Professor Antônio dos Reis e Silva na Olimpíada Brasileira de Tecnologia faz parte do projeto Seduc Olímpica, iniciativa da Secretaria da Educação (Seduc), que visa promover, organizar e apoiar olimpíadas, feiras de ciências e torneios que contribuam para melhoria da proficiência em todos os componentes curriculares da educação básica. Os alunos foram acompanhados pelo professor Marcos Ramon Paulino, professora Raquel Paz, da 5ª Gerência Regional de Educação (GRE), e professora Lafayette Carvalho, da Seduc Olímpica.
Mentor do time Guardiões da Mente, o professor Marcos Ramon Paulino ressaltou o efeito motivador que a medalha conquistada este ano terá sobre as turmas que virão. “Eles vão ter o prazer de compartilhar com os amigos e as demais pessoas da nossa cidade. Esses alunos, além de estar representando a escola, a cidade, o estado, eles, agora, também são referência de outros alunos que pensam em estar aqui nesse momento”, comenta o docente.
“Eu sabia que eles tinham um potencial para dar um passo a mais, além da sala de aula. Para mim, como professor, é muito gratificante estar acompanhando esses meninos, mostrando o potencial de que não apenas nos grandes centros existem pessoas capazes de desenvolver algo, mas também no interior têm pessoas que podem fazer algo” pontuou Marcos Ramon.