Desafios fiscais em 2025: Perspectivas econômicas e soluções estruturais
Economista analisa medidas fiscais para 2025 e aponta desafios além do déficit. Saiba mais

Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as medidas apresentadas visam cobrir o déficit previsto para 2025, em resposta ao encontro com o Presidente Lula. Contudo, a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, destaca que tais ações, centradas no aumento de impostos, especialmente sobre o setor financeiro e rendimentos de títulos de renda fixa, não resolvem a questão fiscal de forma definitiva.
De acordo com Rafaela, a concentração em aumentar impostos pode elevar o custo de capital no país, principalmente diante da ausência de perspectiva de queda da taxa Selic a curto prazo. A incerteza fiscal já prejudicou as expectativas de cortes em 2025, mantendo os juros reais em patamares elevados.
Desafios Estruturais
A economista destaca a importância de medidas estruturais para controlar o crescimento dos gastos, apontando propostas como a desvinculação dos pisos da saúde e educação, revisão de regras do BPC, limite de supersalários e reforma da previdência dos militares. No entanto, a falta de apoio do executivo para tais ações compromete um ajuste fiscal duradouro.
Enquanto o governo mantém a demanda aquecida com aumento de gastos e impulsiona o crescimento do PIB, a inflação sobe, levando a uma postura restritiva da política monetária. A ausência de soluções para o risco fiscal mantém os juros em níveis altos, reforçando a importância de reformas mais definitivas para evitar uma deterioração econômica.
Rafaela ressalta a preocupação com o elevado custo das despesas com juros, tanto para a dívida pública quanto para o setor privado. A economista alerta que o foco exclusivo em aumentar impostos, sem medidas estruturais, não apenas oferece soluções paliativas, mas também limita o crescimento econômico pelo lado da oferta.