O Instituto Fogo Cruzado divulgou um relatório sobre a violência armada nos primeiros 100 dias dos novos governos nos estados monitorados pela instituição. Os dados mostram que a região metropolitana do Rio de Janeiro lidera o ranking com 1.014 tiroteios, seguido de 497 na região metropolitana do Recife e 396 na região metropolitana de Salvador. A maioria dos tiroteios envolve o uso de fuzis, o que agrava a situação, já que essas armas têm poder de alcance de mais de 2 mil metros de distância.
Além disso, as balas perdidas são um grande problema, com tendência de alta, a ser enfrentado pela segurança pública das metrópoles. O relatório mostra que, de 1º de janeiro a 10 de abril deste ano, 52 pessoas foram vítimas de balas perdidas na região metropolitana do Rio, representando um crescimento de 79% em relação ao mesmo período em 2022. No Recife, 17 pessoas foram vítimas de balas perdidas, superando o mesmo período de 2022, com 15 casos. Na Bahia, houve 19 vítimas de balas perdidas em Salvador e região metropolitana, mas como o instituto passou a atuar na região apenas em julho de 2022, não há comparativo para o mesmo período.
De acordo com a diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, é importante articular as estatísticas sobre violência armada às políticas já propostas para compreender se houve ou não avanços no campo da segurança pública. Ela ressalta que o padrão de aumento das balas perdidas nas três grandes regiões metropolitanas é sintomático e aponta para a necessidade de soluções efetivas.
Porém, a situação é agravada pela falta de transparência dos novos governos em relação aos dados da segurança pública. Maria Isabel Couto afirma que, do outro lado do padrão de aumento da violência, os novos governos apontam para o retrocesso no que se refere à transparência. É preciso que os governantes assumam a responsabilidade de garantir a segurança da população e fornecer dados precisos sobre a violência armada.
Em resumo, o relatório do Instituto Fogo Cruzado mostra a gravidade da violência armada nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Recife e Salvador, com aumento das balas perdidas e uso de armas de guerra como fuzis. É fundamental que as estatísticas sejam articuladas com políticas efetivas de segurança pública e que os governos forneçam dados transparentes para que se possa avaliar o progresso no combate à violência armada.