Até setembro deste ano 12,7% dos partos realizados no Piauí foram de mães com menos de 37 semanas de gestação. O número reflete um crescimento em relação ao total de 2022, quando 11% dos partos foram prematuros, segundo a Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (Sesapi). Os números estão um pouco abaixo da média nacional, de 13,6% no ano passado.
Esses números reforçam a importância de campanhas como o “Novembro Roxo”, mês internacional de sensibilização para a prematuridade, visando reforçar junto à sociedade civil os riscos e cuidados a serem tomados em relação ao parto prematuro, tanto com o recém-nascido quanto com a gestante.
De acordo com a médica Mariza Fortes, coordenadora da UTI Neonatal do Grupo Med Imagem, algumas situações podem levar a um parto prematuro, e que podem acarretar em riscos para a saúde do recém nascido.
“São vários os fatores que podem levar ao parto prematuro, indo desde a gestação gemelar (dois ou mais fetos em gestação), atraso nos cuidados pré-natal, infecção, técnica de reprodução assistida (fertilização in vitro), diabetes, etc… As crianças prematuras são muito frágeis e podem sofrer diversas complicações, algumas podem demandar acompanhamento multiprofissional por mais tempo”, afirmou.
A médica explica, ainda, que tanto a gestante quanto a criança recém-nascida podem enfrentar problemas devido ao parto prematuro, dependendo das condições de cada um deles.
“O risco para a gestante depende de suas condições clínicas antes da gestação, de sua assistência/acompanhamento e evolução durante o pré-natal. Já para a criança prematura dependerá da sua idade gestacional/peso ao nascer, condições de nascimento e evolução pós nascimento”, explicou.
“Na hora do parto ficamos aflitos”
Para a fisioterapeuta Zaira Maria Arrais, 28 anos, o parto-prematuro pegou a todos de surpresa. O rompimento da membrana gestacional, ainda no quinto mês de gestação, colocou em risco a saúde do feto e gerou muita preocupação para ela e toda a família.
Estava indo tranquilo a gestação e tive essa surpresa que a membrana tinha rompido. Pelo fato da bolsa ter rompido com 24 semanas, havia grandes riscos durante a gestação. Na hora do parto ficamos aflitos por saber que viria um bebê prematuro de 28 semanas, mas tive muita calma, fé e confiei bastante em Deus, e nos profissionais, mesmo sabendo da gravidade da situação”, destacou.
Para a fisioterapeuta, o nascimento do pequeno José Ravi foi um verdadeiro milagre, possível apenas pela fé e pela competência da equipe médica, que prestou toda a assistência necessária.
“No começo foi bem difícil, mas sempre contamos com a atenção e acompanhamento dos profissionais da UTI. Algumas cirurgias foram feitas, mas graças a Deus e a bons profissionais enfrentamos todas de cabeça erguida. Durante todo esse processo ficamos firmes na nossa fé, e após ele mais ainda, pois sabemos que um milagre aconteceu nas nossas vidas”, conta Zaira.
A médica Mariza Fortes aponta que, em qualquer gestação, é imprescindível o acompanhamento pré-natal, para que a gestante possa contar com toda a assistência necessária a sua saúde e a do feto.
“É sempre bom destacar a importância de uma avaliação clínica e laboratorial antes da gestação e, durante o processo gestacional, realizar e manter a assiduidade durante o pré-natal, garantindo assim uma gravidez segura antes, durante e após o parto”, concluiu.