Pela primeira vez, a farmacêutica AstraZeneca admitiu à Justiça que há a ocorrência de um “efeito colateral raro” na vacina produzida pelo laboratório contra a Covid-19. O dado consta em uma ação coletiva apresentada por pessoas que desenvolveram trombose após serem vacinadas na Inglaterra. Ao todo, 51 famílias pedem uma indenização de cerca de R$ 700 milhões.
Em documentos anexados ao processo, a empresa disse que o imunizante contra a Covid-19 “pode, em casos muito raros, causar síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS)”, quadro que é caracterizado pela formação de coágulos de sangue, o que aumenta os riscos de entupimento de veias e artérias.
No Brasil, a vacina da AstraZeneca foi produzida em consórcio com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e aplicada em 153 milhões de pessoas, principalmente entre os anos de 2021 e 2022. Em nota emitida em abril do ano passado, o Ministério da Saúde defendeu o imunizante.
– Desde dezembro de 2022, essa vacina é indicada para pessoas a partir de 40 anos, de acordo com as evidências científicas mais recentes – declarou.
Na ocasião, a pasta afirmou também que “os eventos adversos, inerentes a qualquer medicamento ou imunizante, são raros e ocorrem, em média, um a cada 100 mil doses aplicadas, apresentando risco significantemente inferior ao de complicações causadas pela infecção da Covid-19”.