Agronegócio brasileiro supera hidrelétricas na geração de energia

No Brasil, a matriz energética limpa ganha destaque com uma reviravolta impressionante: enquanto no passado as hidrelétricas dominavam a cena, atualmente, cerca de 60% de toda a energia limpa do país provém do agronegócio. Esse dado revelador, proveniente de um levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta que as fontes hídricas representam aproximadamente 12% da oferta energética nacional, ao passo que a biomassa de cana-de-açúcar contribui com cerca de 17%, sendo apenas uma das fontes do setor agropecuário para a geração de energia renovável.

A diversidade de fontes energéticas do agronegócio

Além da biomassa de cana-de-açúcar, que se destaca na produção energética, outras três fontes provenientes do agronegócio também desempenham papel fundamental nesse cenário. A lenha de reflorestamento, por exemplo, é responsável por 8,6% do total, seguida pelos óleos vegetais (1,9%) e pelo biogás (1,6% originado de resíduos da produção agropecuária). De forma conjunta, o setor agropecuário contribui com aproximadamente 29% de toda a matriz energética do país.

O potencial da energia renovável da cana-de-açúcar

No âmbito da produção energética a partir da cana-de-açúcar, o etanol desponta como o produto mais conhecido. Amplamente utilizado na frota de veículos leves, o etanol representa uma solução limpa e genuinamente brasileira para a mobilidade. O incentivo à produção de etanol teve início na década de 1970, em resposta à redução da oferta de petróleo por parte dos países exportadores.

O Proálcool foi uma iniciativa crucial para impulsionar a indústria do etanol, estimulando tanto a demanda (com veículos adaptados) quanto a oferta. Esse movimento resultou no desenvolvimento de uma cadeia produtiva de referência global. Uma prática exemplar do setor é o reaproveitamento da biomassa residual da cana, como o bagaço, que é queimado pelas usinas para gerar energia renovável adicional, convertida em eletricidade.

Fonte: Divulgação