Cana-de-açúcar: pioneira na economia sustentável

A cana-de-açúcar desempenhou um papel central na economia brasileira desde o período colonial. Nos séculos XVI e XVII, ela foi o principal produto do país. Hoje, mesmo com a diversificação econômica, o Brasil é líder mundial na produção de cana. Na safra 2023/2024, o país alcançou um recorde colhendo mais de 713 milhões de toneladas, cultivadas em cerca de 10 milhões de hectares.

O setor da cana-de-açúcar não se limita à produção de açúcar e etanol. Indústrias do setor estão explorando a geração de energia elétrica através do bagaço e transformando resíduos como a vinhaça em biogás e biometano. Produtos avançados, como etanol de segunda geração (E2G) e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), também estão em foco. O biochar, derivado do bagaço, destaca-se por aumentar a produtividade agrícola e gerar créditos de carbono.

Esse cenário de diversificação apresenta desafios para as empresas sucroenergéticas. Elas enfrentam a decisão de continuar com a produção tradicional de açúcar e etanol ou investir em novas tecnologias para produtos de maior valor agregado. Fatores como custos, preços de mercado e políticas de incentivo influenciam essas escolhas. A decisão lembra o dilema clássico entre produzir açúcar ou etanol, mas agora com um leque maior de possibilidades.

Novas ferramentas, como o software OptBio, estão auxiliando na otimização dessas decisões. Desenvolvido pela PSR e financiado pela Eneva em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o OptBio analisa interações entre processos e incertezas de mercado. Essa ferramenta ajuda a definir estratégias de investimento para o melhor uso da cana e seus subprodutos.

Com o planeta em busca de alternativas sustentáveis, a cana-de-açúcar é mais do que um legado histórico; é uma fonte versátil de energia limpa e bioprodutos. As decisões estratégicas tomadas pelas empresas serão fundamentais para otimizar esse potencial, assegurando um futuro mais verde e inovador.