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Desistências no Exército: Mais de 750 oficiais deixam a carreira militar

Dados preocupantes: Exército registra aumento de pedidos de baixa de oficiais e sargentos

Por Redação
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil Batendo em retirada: Exército registra fluxo crescente de desligamento por más condições de trabalho
Batendo em retirada: Exército registra fluxo crescente de desligamento por más condições de trabalho

Segundo informações do Exército Brasileiro, o número de oficiais e sargentos de carreira que têm abandonado a vida militar tem crescido significativamente. De janeiro de 2020 a agosto de 2025, foram registrados 414 pedidos de baixa de oficiais e mais 349 de subtenentes e sargentos.

Razões desconhecidas para desligamentos

Os militares de carreira são aqueles que entram por meio de concurso público, passam por cursos de formação específicos e alcançam a estabilidade. Já a classe dos temporários pode atuar por até oito anos nas Forças Armadas.

No que diz respeito ao Exército, um oficial de carreira tem a possibilidade de chegar aos postos de coronel ou general, enquanto outros podem alcançar a graduação de subtenente ou, em casos específicos, chegar até capitão. Apesar disso, a instituição militar alega não possuir dados que justifiquem os diversos desligamentos, afirmando que, em sua maioria, tratam-se de decisões pessoais.

Descontentamento com a falta de reposição salarial tem sido manifestado por militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que percebem salários inferiores aos do funcionalismo federal. Além disso, os reajustes costumam ser parcelados e abaixo da inflação, tornando a progressão na carreira mais lenta em comparação a outras instituições, como a Polícia Federal.

A falta de previsibilidade na carreira, somada a mudanças nas regras previdenciárias e a questões como plano de saúde e condições de trabalho, têm gerado insegurança entre os militares. Reclamações sobre a rigidez das jornadas, falta de flexibilidade e problemas estruturais nas unidades de saúde das Forças Armadas também têm sido recorrentes.

Somente entre 2024 e 2025, 211 sargentos e subtenentes solicitaram baixa, enquanto 203 oficiais abandonaram a carreira, especialmente nas áreas de medicina e engenharia.