Embaixada dos EUA no Brasil critica o Mais Médicos como 'golpe diplomático'

A embaixada dos Estados Unidos em Brasília reacendeu a polêmica em torno do programa Mais Médicos, apontando que os envolvidos no projeto brasileiro podem enfrentar consequências. O governo norte-americano rotulou a ação como um "golpe diplomático" e reafirmou que continuará pressionando por desdobramentos em relação aos responsáveis.

No dia 13, os EUA anunciaram sanções contra brasileiros vinculados ao programa, que é executado pelo Ministério da Saúde. A embaixada afirmou que o Mais Médicos foi um golpe diplomático que explorou profissionais de saúde cubanos, beneficiou o governo cubano corrupto e teve o apoio de autoridades brasileiras e ex-funcionários da OPAS. O comunicado destacou que os EUA seguirão responsabilizando todos os envolvidos nesse esquema de exportação forçada de mão de obra.

Como parte das sanções, foram revogados os vistos de dois brasileiros ligados à criação do programa. Um deles é Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde. O outro é Alberto Kleiman, que atua como coordenador-geral para a COP30 da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

EUA impõem sanções a participantes do Mais Médicos

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, justificou a decisão como parte de uma retomada da política de restrição de vistos relacionada a Cuba. O programa foi inicialmente criado durante o governo de Dilma Rousseff e reintegrado na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 2023.

Segundo os EUA, os dois brasileiros sancionados estiveram envolvidos em um "esquema de exportação de trabalho forçado do governo cubano". Durante o período de 2013 a 2018, médicos cubanos participaram ativamente do Mais Médicos. Rubio ressaltou que a medida se baseia na suposta conivência de Sales e Kleiman com o "trabalho forçado do governo cubano" por meio do programa Mais Médicos.