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Filipe Martins: Viagem negada, acusações de prisão política e controvérsias

Ex-assessor de Bolsonaro nega minuta do golpe, viagem aos EUA e se declara preso político.

Por Redação
Foto: Divulgação / InfoMoney (José Cruz/Agência Brasil)
(José Cruz/Agência Brasil)

O ex-assessor do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), refutou as alegações de ter participado da elaboração de uma das versões da "minuta do golpe". Martins, que atuava como assessor para assuntos internacionais, afirmou ter tomado conhecimento do documento pela imprensa e negou qualquer envolvimento em sua criação.

Em sua declaração, Martins também negou ter realizado uma viagem aos Estados Unidos no final de 2022, além de se autodeclarar um preso político. Ele alega sofrer com "restrições injustificadas" em seu direito de ir e vir e de liberdade de expressão, desde que foi detido preventivamente em fevereiro de 2024.

Acusações e Contexto

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Filipe Martins é réu do núcleo 2 de uma suposta trama golpista. Os acusados desse grupo teriam atuado para disseminar notícias falsas e desestabilizar instituições e figuras de autoridade no país.

A prisão preventiva de Martins foi justificada, em parte, pela suspeita de que o ex-assessor poderia fugir do país, embora sua defesa aponte para informações contraditórias da Polícia Federal nesse sentido.

Declarações Polêmicas

Em seu depoimento, Filipe Martins abordou o chamado "Punhal Verde e Amarelo", um plano que, supostamente, incluía o assassinato de figuras políticas como Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. Sobre esse plano, Martins afirmou que teve conhecimento apenas através da imprensa e que sua associação ao mesmo é "especulativa" e "meramente aspiracional".

O ex-assessor comparou o gabinete de crise mencionado no plano a jogos de videogame, alegando que a inclusão de seu nome nesse contexto seria similar a escolher jogadores famosos para um time virtual, sem relação direta ou poder de efetivação das ações propostas.

Além de Filipe Martins, outros réus do núcleo envolvido incluem Fernando de Sousa (delegado da Polícia Federal), Marcelo Câmara (ex-ajudante de ordens), Marília Alencar (delegada e ex-diretora de Inteligência da Polícia Federal), Mário Fernandes (general da reserva do Exército) e Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal).