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Governo Lula enfrenta crise com mudanças no IOF e desafios de comunicação

Presidente Lula envolto em polêmica com alterações no IOF e desafios na comunicação. Enten

Por Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Lula e Haddad
Lula e Haddad

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), enfrenta uma nova crise em seu governo, desta vez relacionada a mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que causaram ruídos e obrigaram o governo a recuar, após a recente polêmica dos descontos indevidos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

As medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda visavam inicialmente aumentar a arrecadação, porém a reação negativa do mercado financeiro levou a um recuo em alguns pontos, apenas horas depois. 

Mesmo com as correções, o desgaste nas redes sociais permanece evidente. Um dos recuos ocorreu em relação às aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior. 

Originalmente isentas de alíquota, as mudanças propuseram uma taxação de 3,5%, que foi revertida para zero após a pressão. 

Outro ponto diz respeito à cobrança do IOF sobre remessas ao exterior por pessoas físicas, mantendo a alíquota atual de 1,1% para investimentos sem alterações. 

Especialistas apontam que a comunicação do governo ainda é um ponto frágil, principalmente nas redes sociais, gerando espaço para interpretações distorcidas. A falta de clareza e planejamento nas ações de comunicação resulta em ruídos e desafios para a gestão petista. 

Segundo o professor Daniel Dubosselard Zimmermann, da Universidade de São Paulo (USP), um erro de comunicação em uma sociedade polarizada como a brasileira prejudica a imagem do governo. 

Já Paulo Ramirez, da ESPM, destaca que, embora os impactos da alteração no IOF sejam pontuais para a maioria da população, é essencial que o governo melhore sua postura na divulgação de ações. 

Após o anúncio, ministros se reuniram para discutir o impacto das medidas, ressaltando que a Secom, responsável por gerenciar crises, não teve participação na decisão. 

Mesmo com o recuo, o governo estima que as mudanças terão impacto na arrecadação, podendo levar a ajustes e ampliação do contingenciamento de gastos. 

O IOF incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e as projeções do governo indicavam uma arrecadação significativa com as alterações. 

No entanto, os recuos nas decisões apontam para desafios extras em um cenário já complexo. A gestão de crises e a comunicação eficaz tornam-se fundamentais para a estabilidade e credibilidade do governo diante de mudanças e desafios.