Preso suspeito de feminicídio no PI por ocultar agressões e mentir à polícia
Indiciado por feminicídio, homem é preso após tentar esconder violência contra companheira

Um homem de 38 anos foi preso em Teresina sob a acusação de feminicídio, após sua companheira, Rayane do Nascimento Souza, falecer em decorrência de violência doméstica. A delegada Nathalia Figueiredo revelou ao g1 que o suspeito tentou ocultar as agressões, alegando que as lesões na vítima foram resultado de uma queda no banheiro.
Nathalia também informou que o vendedor mentiu sobre a identidade de Rayane ao levá-la para atendimento médico e, em seguida, tentou ludibriar a polícia ao registrar um Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento da companheira.
Rayane deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Promorar, sendo posteriormente transferida para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) devido à gravidade de seu estado. Foi então descoberto que ela era portadora do vírus HIV e, por isso, foi encaminhada ao Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella.
O suspeito foi preso preventivamente em 10 de julho e, após cinco dias, o inquérito foi concluído, sendo inicialmente indiciado por tentativa de feminicídio. No entanto, com o falecimento de Rayane em 18 de julho, o caso passou a ser tratado como feminicídio consumado.
Vítima de violência doméstica
De acordo com a delegada Nathália Figueiredo, Rayane deu entrada na UPA do Promorar em estado bastante debilitado, sem responder aos estímulos dos profissionais de saúde. Os profissionais de saúde notaram as lesões na vítima e suspeitaram que não se tratava de um acidente, mas sim de lesões propositais.
Uma enfermeira da UPA relatou que o suspeito apresentou Rayane como Gabriela do Nascimento Souza, natural de José de Freitas, embora ela fosse, na verdade, maranhense. A vítima apresentava escoriações, hematomas, anemia grave, perda excessiva de líquidos, desidratação, taquicardia e lesões graves, não reagindo a estímulos.
Rayane vivia em Teresina sem contato com a família. Seus parentes afirmaram à Polícia Civil que não tinham notícias dela há seis anos. O laudo de sua morte apontou que ela veio a óbito devido às múltiplas lesões provenientes da violência doméstica.