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Relatório do TCU aponta falhas no programa Mais Médicos

TCU critica falta de clareza e eficiência no Mais Médicos.

Por Direto da Redação
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil TCU relata ao Congresso série de irregularidades em programa classificado pelos EUA como ‘golpe diplomático’
TCU relata ao Congresso série de irregularidades em programa classificado pelos EUA como ‘golpe diplomático’

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou diversas falhas no Programa Mais Médicos (PMM), relançado pelo governo federal em 2023. Segundo o relatório entregue ao Congresso Nacional na última terça-feira, 30, o programa apresenta objetivos que não são claros ou mensuráveis, além de carecer de indicadores suficientes para avaliar impactos diretos na saúde da população.

Uma das principais preocupações destacadas pelo TCU é a falta de estudos comparativos que demonstrem se a retomada do programa é, de fato, a melhor solução para suprir a carência de profissionais em áreas vulneráveis do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre 2018 e 2024, o investimento no programa ultrapassou R$ 20 bilhões.

TCU: número de médicos não comprova eficiência

O relatório do TCU também indica que, apesar do aumento no número de médicos atuantes na atenção primária entre 2018 e 2023, a piora em indicadores de saúde, como mortalidade infantil e internações evitáveis, não pode ser diretamente atribuída à falta de profissionais. A pandemia de Covid-19 foi apontada como um possível fator influente nesses resultados.

Segundo o tribunal, apenas a meta de reduzir a carência de médicos em regiões prioritárias atende adequadamente aos critérios de avaliação de políticas públicas. Já os objetivos relacionados à formação de profissionais e à melhoria da qualidade da atenção primária são considerados vagos e sem indicadores claros de acompanhamento.

O relatório ainda destaca deficiências na gestão de riscos e controles internos do programa. O Mais Médicos não foi considerado prioridade no Plano de Gestão de Riscos do Ministério da Saúde para 2022-2024, e o Comitê Interno de Governança não estava ativo desde janeiro de 2023.

A substituição desse comitê por um novo comitê estratégico foi realizada apenas em dezembro de 2024, com a primeira reunião planejada para meados de 2025. Para o TCU, essas deficiências comprometem o monitoramento do desempenho e dificultam a avaliação da eficácia e eficiência do programa.

Fonte: Divulgação