Agora Piauí

Cada escuta ativa também é uma forma de transformar os alunos

Por Direto da Redação
Foto: Reprodução Em sua trajetória, a professora Edmércia segue inspirando futuros
Em sua trajetória, a professora Edmércia segue inspirando futuros

No IDOMED Piauí, a professora Edmércia Holanda Moura mostra que a formação médica vai muito além da técnica, pois começa pela escuta e pelo olhar humano
 
“Um dia saí de uma aula prática com o coração pesado. Sentia culpa, solidão e a impressão de que meus sonhos nunca iam se realizar”. O relato é de Pedro Henrique Alves, aluno do 8º período do curso de Medicina do Instituto de Educação Médica (IDOMED), em Teresina-PI, que encontrou apoio onde menos esperava: em uma conversa simples, mas transformadora. Neste Dia dos Professores, celebrado anualmente em 15 de outubro, histórias como essas são indispensáveis para ressaltar o papel essencial desses profissionais na formação do ser em seus diversos espaços de atuação: sala de aula, trabalho e na sociedade em geral. 
 
O aluno Pedro compartilha mais sobre essa experiência de acolhimento e escuta atenta que impactou sua vida. Ele conta que procurou sua professora e foi prontamente atendido de forma muito natural. “Ela me recebeu com calma, sem pressa e me ouviu de verdade. À medida que eu falava, aquela carga foi ficando menor. Ouvir a voz dela me trouxe conforto e uma sensação de que eu não estava sozinho”, relato e endossa a importância do papel do professor como agente de transformação para além do ensino técnico.  
 
A professora mencionada por ele é Edmércia Holanda Moura: psiquiatra, psicoterapeuta e docente do IDOMED. Com mais de 20 anos de atuação na área da Medicina, é conhecida entre os alunos pelo acolhimento e pela escuta atenta. Ela acredita que ensinar Medicina é, antes de tudo, ensinar humanidade. Mais do que tecnicidade do ensino e diagnóstico, Edmércia ensina presença: o tipo de atenção que escuta o que o outro diz e o que o silêncio tenta revelar. Em suas turmas, ela criou um espaço chamado Roda de Terapia, momento em que os alunos podem falar livremente sobre seus sentimentos, desafios e medos da vida acadêmica. 
 
Segundo a docente, esses espaços de trocas são muito importantes. “Já tivemos vários casos de alunos em sofrimento psíquico. O acolhimento da própria turma faz diferença no estado emocional deles. Essas interações são recursos terapêuticos para ajustar e retomar a saúde mental", revela a Edmércia. Para ela, formar um médico é formar um ser humano completo. Um profissional que entende o corpo e, na mesma medida, reconhece a mente, o afeto e a dor. “A sensibilidade humana é tão essencial quanto o conhecimento técnico. O paciente é um ser holístico e sua realidade vai além de exames clínicos e queixas físicas. Como dizia Sir William Osler: ‘tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem é conhecer o homem que tem a doença’”, compartilha. 
 
Em sua trajetória, a professora Edmércia segue inspirando futuros médicos a enxergarem o propósito de curar como algo que nasce do vínculo e da empatia. “Ensinar é cuidar, e cada escuta atenta é também uma forma de transformar”, comenta. Em sua mensagem para o Dia dos Professores, dedica palavras que soam como um lembrete para todos os docentes: “aos professores, nobres guerreiros e guerreiras nas causas da doação e desprendimento, agradeço pela determinação em contribuir com um mundo melhor. Que sigamos confiantes neste projeto de formar profissionais comprometidos com uma Medicina humanizada e conectada com o social”, expressa.

Fonte: Direto da Redação