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Correios enfrentam crise e buscam empréstimo bilionário

Correios planejam reestruturação e negociações de empréstimo

Por Direto da Redação
Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil Trabalhadores dos Correios entram em greve hoje em todo país
Trabalhadores dos Correios entram em greve hoje em todo país

Na última quarta-feira (15), os Correios anunciaram um plano de reestruturação em resposta a uma grave crise financeira. A empresa enfrenta prejuízos bilionários há três anos consecutivos, exigindo medidas urgentes.

Em uma entrevista à CNN Brasil neste sábado (19), Claudio Felisoni, professor da FIA Business School, elucidou que os desafios enfrentados pela empresa vão além de questões tecnológicas. Ele destacou que a gestão e a interferência política desempenham papéis significativos nos resultados negativos da estatal.

Felisoni apontou que, embora as mudanças tecnológicas tenham impactado o volume de negócios dos Correios, elas não justificam os prejuízos contínuos. "Temos que olhar a conduta das empresas. As maiores dificuldades têm a ver com a conduta das empresas estatais: interferência política, gestão não adequada, interferência nas políticas de preços, designação de profissionais, alavancagem", afirmou.

O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, revelou que a estatal está em negociações para obter um empréstimo de aproximadamente R$ 20 bilhões. A negociação envolve tanto bancos estatais quanto privados, com o respaldo do Tesouro Nacional, visando assegurar as finanças da empresa para 2025 e 2026.

Atualmente, os Correios lideram a lista de estatais deficitárias do país, acumulando prejuízos que totalizam R$ 8,3 bilhões. Este cenário reflete um padrão já identificado em estudos internacionais, que indicam um desempenho inferior de empresas estatais em comparação com privadas, especialmente em economias de baixa renda.

Felisoni destacou a comparação entre o aumento da dívida pública e o PIB como um exemplo das dificuldades enfrentadas pelas estatais. A dívida pública em relação ao PIB aumentou de 47% em janeiro de 2023 para 56% em agosto do mesmo ano, um crescimento de 8 pontos percentuais em menos de quatro anos.

Fonte: Divulgação