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STF deve revisar ações de Moraes para corrigir excessos, aponta Estadão

Editorial do Estadão destaca necessidade de revisão de decisões do STF em defesa da democracia

Por Direto da Redação
Foto: Rosinei Coutinho/STF Ao contrário do que sugerem os críticos, rever medidas extravagantes não enfraqueceria a Corte
Ao contrário do que sugerem os críticos, rever medidas extravagantes não enfraqueceria a Corte

O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial enfatizando a importância de o Supremo Tribunal Federal (STF) revisar as ações do ministro Alexandre de Moraes para corrigir possíveis excessos e distorções jurídicas. A publicação destaca a necessidade de a Corte demonstrar independência e retidão, não se curvando a vontades individuais ou ignorando erros sob o pretexto da defesa democrática.

O foco não deveria ser apenas a situação jurídica do presidente Jair Bolsonaro, mas sim a oportunidade dos ministros de mostrar que o STF não compactua com abusos cometidos em nome do Estado de Direito. Decisões recentes de Moraes, que impactam o ex-presidente e seus apoiadores, levantaram questionamentos sobre possíveis violações de direitos fundamentais, como a liberdade de expressão e a crítica pública, em nome do combate ao suposto autoritarismo.

A insistência em inquéritos sem prazo definido, a antecipação de punições a investigados e a perseguição a opositores colocaram em dúvida a reputação da Corte. Para restabelecer a confiança, o STF é instado a reavaliar tais procedimentos, buscando decisões colegiadas na 1ª Turma ou no plenário, como aponta o editorial. Corrigir excessos não enfraqueceria a Corte, mas sim reforçaria sua autoridade institucional, segundo o texto.

Uso do termo “defesa da democracia” precisa ser ponderado

O Estadão destaca a postura firme do STF diante de eventos como o 8 de janeiro e supostos ataques à ordem democrática. No entanto, alerta para o risco de usar politicamente a justificativa da “defesa da democracia” para minar garantias fundamentais. Permitir que princípios constitucionais se flexibilizem conforme o alvo da investigação é perigoso e pode comprometer a imparcialidade da Justiça.

A pressão de parlamentares da oposição, com bloqueios legislativos e pedidos de anistia, não deve servir de desculpa para decisões judiciais arbitrárias. O papel do STF é manter-se fiel à Constituição, defendendo o Estado de Direito com equilíbrio, firmeza e moderação, conclui o editorial do Estadão.

Fonte: Divulgação