Brasil encerra Eliminatórias com frustração e pior desempenho

A seleção brasileira encerrou a participação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo com resultados abaixo do esperado, apesar de garantir a classificação com antecedência de duas rodadas. A derrota por 1 a 0 para a Bolívia em El Alto colocou a equipe de Carlo Ancelotti na quinta posição do torneio, acumulando 28 pontos e um aproveitamento de 51% – o menor desde que o formato de pontos corridos entre dez países foi adotado em 1996.

Com o formato vigente até a Copa de 2022, o Brasil, pela primeira vez, teria que disputar a repescagem, enfrentando o representante da Oceania e, posteriormente, da Ásia. No entanto, o novo ciclo para 2026 aumentou o número de vagas diretas para seis, com a sétima posição ficando para um playoff, que a Bolívia disputará.

Anteriormente, em 2002, o Brasil teve sua pior campanha com a terceira colocação, 30 pontos e 55,6% de aproveitamento. Nos anos de 2006, 2010, 2018 e 2022, a seleção terminou em primeiro, destacando-se nos dois últimos ciclos com Tite, alcançando 75,9% e 88,2% de aproveitamento.

Durante os 18 jogos da campanha, apenas os quatro últimos foram sob a liderança do técnico Carlo Ancelotti, resultando em duas vitórias, um empate e uma derrota. A equipe havia sido dirigida anteriormente por Fernando Diniz e Dorival Júnior.

Teste frustrado

A partida contra a Bolívia trouxe alterações significativas, com nove mudanças entre os titulares em relação à vitória por 2 a 0 contra o Chile. A altitude apresentou desafios que dificultaram as observações planejadas por Ancelotti.

“Os jogadores se esforçaram muito, estava claro que seria complicado jogar aqui devido às condições técnicas e físicas”, comentou Ancelotti. Durante o jogo, ele também teve a oportunidade de conhecer melhor a equipe e testar jogadores como o lateral-direito Vitinho e o atacante Samuel Lino, ambos estreantes.

Apesar das mudanças, nenhum dos novos jogadores se destacou significativamente. O volante Bruno Guimarães, o único que permaneceu entre os titulares, cometeu o pênalti que selou a vitória boliviana, atribuindo as dificuldades ao desgaste físico causado pela altitude.

“Foi a primeira vez que muitos jogaram juntos pela Seleção aqui. A altitude torna tudo mais difícil, você precisa de tempo para se recuperar após um sprint. Tentamos marcar, mas foi complicado”, explicou Bruno Guimarães.

O goleiro Alisson, do Liverpool, foi o destaque individual, com nota 8,6 pelo Sofascore, realizando nove defesas importantes durante o confronto.

O desempenho do Brasil nas Eliminatórias por pontos corridos

• 2002: 30 pontos, 3ª colocação, 55,6% de aproveitamento
• 2006: 34 pontos, 1ª colocação, 63% de aproveitamento
• 2010: 34 pontos, 1ª colocação, 63% de aproveitamento
• 2018: 41 pontos, 1ª colocação, 75,9% de aproveitamento
• 2022: 45 pontos, 1ª colocação, 88,2% de aproveitamento