Brasil lidera rapidez e economia na abertura de empresas
Brasil é destaque em eficiência e baixo custo na abertura de empresas.

O Brasil desponta como o país de menor tempo e custo para abrir uma empresa em 2025, conforme o Índice da Burocracia. Este estudo internacional é realizado pelo Adam Smith Center for Economic Freedom da Florida International University.
O país apresenta uma média de 283,92 horas — cerca de 35 dias úteis — para a abertura de uma empresa de médio porte. Comparativamente, a média dos países pesquisados é de 1.850 horas, que equivale a oito meses de dedicação exclusiva aos processos administrativos.
A posição privilegiada do Brasil no ranking é resultado da digitalização parcial e da Lei de Liberdade Econômica, que simplificou as exigências para atividades de baixo risco. Assim, o país se sobressai em diversos setores analisados, desde a pecuária até a construção.
O estudo abrangeu 21 países, incluindo 16 da América Latina, dois do Caribe e três da Europa.
Eficiência em todos os setores
A velocidade para se abrir uma empresa no Brasil se mantém consistente em diferentes setores econômicos:
- No setor primário, que inclui a pecuária, o Brasil empata com Portugal no topo, com 289 horas;
- Na construção civil, setor secundário, o tempo reduz para 216 horas, o menor entre os países observados;
- No setor imobiliário, o Brasil fica em segundo lugar, com 309 horas, logo atrás de Portugal.
Baixo custo também é destaque
Além de ágil, o Brasil é notável pelo baixo custo financeiro para abrir uma empresa. O estudo calcula um gasto aproximado de US$ 400 (R$ 2.10 na cotação atual), um dos menores valores entre os países avaliados. Esse custo é atrelado à baixa carga burocrática inicial e ao salário mínimo relativamente baixo quando comparado a outras economias.
Burocracia na operação ainda é um entrave
Apesar dos índices iniciais positivos, a situação muda quando se considera a manutenção legal de uma empresa no Brasil. As empresas brasileiras despendem, em média, 1.039 horas anuais (130 dias úteis) em tarefas burocráticas rotineiras. Esse número está abaixo da média da amostra, de 1.577 horas, mas ainda é elevado para padrões internacionais.
A complexidade tributária e trabalhista é a principal barreira. O setor de construção civil é especialmente afetado, devido à alta rotatividade de pessoal e aos numerosos impostos, que aumentam os custos operacionais. Os dados indicam um gasto de 1.020 horas anuais apenas para gestão de emprego e 1.615 horas para lidar com tributos, principalmente os estaduais e corporativos. Esses valores correspondem a 128 e 202 dias úteis, respectivamente.
O estudo conclui que a abertura de uma empresa no Brasil é atualmente mais simples do que mantê-la legalmente operante. Mesmo com avanços regulatórios recentes, a complexidade fiscal ainda é um obstáculo para as PMEs brasileiras, que enfrentam dificuldades devido às burocracias.