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Brasil tem déficit de US$ 2,9 Bilhões nas contas externas em maio

Déficit de US$ 2,9 bilhões nas contas externas do Brasil em maio reflete aumento nas impor

Por Redação
Foto: Dimas Ardian/Bloomberg dólar - notas de dólar
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No mês de maio de 2025, o Brasil registrou um déficit de US$ 2,9 bilhões em suas contas externas, conforme relatado pelo Banco Central. Esse resultado representa um aumento em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o déficit foi de US$ 2,5 bilhões. Esse cenário é reflexo, principalmente, da redução do superávit comercial e do crescimento das importações no país.

O panorama das contas externas brasileiras

No acumulado dos últimos 12 meses até maio, o Brasil apresentou um saldo negativo de US$ 69,4 bilhões em suas transações com o exterior. Esse valor equivale a 3,26% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Em comparação com o mês anterior, houve um ligeiro aumento nesse déficit, que era de 3,24%. Quando confrontado com maio de 2024, em que o déficit era de US$ 29,4 bilhões, a diferença é significativa, representando 1,3% do PIB na época.

Impactos nas transações correntes

No contexto das transações correntes, é válido destacar que, embora a balança comercial tenha mantido um saldo positivo, o superávit apresentou uma redução de US$ 7,5 bilhões para US$ 6,6 bilhões na comparação anual. Esse decréscimo se deve, em parte, à leve queda nas exportações, que atingiram US$ 30,3 bilhões (-0,3%), e ao aumento de 3,5% nas importações, totalizando US$ 23,7 bilhões.

Além disso, o déficit na conta de serviços foi de US$ 4,7 bilhões, com um aumento expressivo dos gastos em áreas como propriedade intelectual (33,5%) e telecomunicações e computação (20,1%). Por outro lado, houve uma redução de 10,1% nas despesas líquidas com transportes, e a conta de serviços culturais e recreativos saiu de um déficit de US$ 465 milhões para um pequeno superávit de US$ 10 milhões. As despesas líquidas com viagens internacionais também cresceram 7,9%, atingindo US$ 1,2 bilhão.

Outros aspectos das contas externas

No que tange à conta de renda primária, o déficit foi de US$ 5,2 bilhões, destacando-se a redução nas remessas de lucros e dividendos (US$ 3,5 bilhões, ante US$ 4 bilhões em maio de 2024). Por outro lado, os gastos com juros aumentaram 23,1%, impulsionados por operações intercompanhia, totalizando US$ 1,7 bilhão.

Quanto aos investimentos diretos no país (IDP), foi registrado um ingresso líquido de US$ 3,7 bilhões em maio, superando o valor de maio do ano anterior (US$ 3 bilhões). Entre os investimentos em carteira no mercado doméstico, os ingressos líquidos foram de US$ 2,5 bilhões, sendo US$ 1,7 bilhão em títulos de dívida e US$ 868 milhões em ações e fundos.

As reservas internacionais do Brasil encerraram maio em US$ 341,5 bilhões, com um aumento leve de US$ 670 milhões no mês, impulsionado principalmente pelas receitas de juros.

Em relação aos dados parciais de junho, as exportações contratadas apresentaram saldo positivo (US$ 15,8 bilhões até o dia 23), porém as importações continuam em ascensão, indicando a manutenção do quadro deficitário no curto prazo.