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Dono do Banco Master e sua rede de contatos políticos

Vorcaro mantém contatos influentes em Brasília, revela CPI.

Por Redação
Foto: Divulgação/Master Daniel Vorcaro
Daniel Vorcaro

Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, é conhecido em Brasília por sua ampla rede de relações políticas. Seu celular revela uma lista de contatos que inclui ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e membros da cúpula do Congresso. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS teve acesso a um arquivo com os números registrados em seu aparelho após a quebra de seus sigilos fiscal, bancário e telemático.

Na agenda de Vorcaro, identificaram-se contatos de pelo menos três ministros do STF, cinco senadores, 20 deputados e um governador. Entre os nomes de destaque está o ministro Dias Toffoli, que preside uma investigação sobre supostas irregularidades do Banco Master. A CPI não encontrou registros de trocas de mensagens ou chamadas, apenas a lista de contatos.

Um fato relevante é a viagem de Toffoli em um jato particular para Lima, no Peru, acompanhado do advogado de um diretor do Master. Posteriormente, o ministro decretou o sigilo do inquérito e direcionou que todas as investigações passassem pelo STF. Essa decisão gerou críticas do senador Carlos Viana, presidente da comissão, que a considerou prejudicial à investigação.

Outro destaque da lista é o ministro Alexandre de Moraes. A colunista Malu Gaspar revelou um contrato entre o Master e o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, com remuneração mensal de R$ 3,6 milhões. Além disso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, e seu antecessor, Arthur Lira, também figuram na agenda de Vorcaro.

A investigação da Polícia Federal levou à prisão de Vorcaro por suspeitas de fraudes e crimes contra o sistema financeiro. Ele permaneceu detido por nove dias e foi liberado com tornozeleira eletrônica. A operação financeira de R$ 12,2 bilhões, supostamente orquestrada com ajuda política, resultou na liquidação do Master pelo Banco Central.

Vorcaro utilizava uma mansão em Brasília, comprada por R$ 36 milhões, para fortalecer amizades políticas. Essa propriedade se tornou um ponto de encontro para parlamentares e autoridades, destacando a influência e os laços que ele mantinha na capital federal.