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Exercícios físicos garantem níveis ideais de vitamina D

Atividade física mantém vitamina D estável no inverno.

Por Redação
Foto: Imagem: Shutterstock Treinos podem ajudar a preservar o nutriente no corpo
Treinos podem ajudar a preservar o nutriente no corpo

Praticar exercícios físicos regularmente pode ser tão eficaz quanto a exposição solar na manutenção dos níveis de vitamina D, especialmente durante o inverno. Essa constatação vem de um estudo realizado no Reino Unido, publicado na revista científica Advanced Science.

A pesquisa analisou 51 adultos com sobrepeso ou obesidade, todos sedentários, porém saudáveis. Durante dez semanas no inverno, metade dos participantes continuou com seus hábitos diários, enquanto o outro grupo aderiu a um programa de exercícios indoor com quatro sessões semanais, incluindo caminhadas na esteira, ciclismo de longa duração e treinos intervalados de alta intensidade.

Os participantes foram instruídos a não usar suplementação de vitamina D, garantindo que os resultados refletissem apenas a produção natural pela pele. No final do estudo, os resultados mostraram que, entre os sedentários, os níveis da vitamina ativa reduziram cerca de 15%, enquanto permaneciam estáveis entre os que praticaram atividades físicas.

Importância da vitamina D

A endocrinologista Leandra Negretto, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia, explica que, apesar de chamada de vitamina, a D é um pró-hormônio. Após sua ativação, atua como mensageira em diversos tecidos, estimulando a absorção de cálcio e fósforo e participando do metabolismo ósseo. Sua deficiência pode levar a doenças como raquitismo e osteomalácia.

Negretto destaca que a vitamina D também está relacionada à força muscular, imunidade e metabolismo energético. Deficiências aumentam a suscetibilidade a infecções respiratórias e o risco de quedas. A suplementação geralmente ocorre na forma inativa, que precisa ser ativada pelo fígado e rins para se tornar funcional, enquanto a vitamina D conservada pelo exercício já é ativa.

A originalidade do estudo reside em mostrar que a atividade física preserva a vitamina D em sua forma ativa, diferentemente da suplementação oral, que depende do metabolismo hepático e renal.

Outros benefícios

Além de manter os níveis de vitamina D, o exercício físico proporcionou outros benefícios aos participantes, como melhora do condicionamento cardiorrespiratório, aumento da queima de gordura, redução do tempo sedentário e gasto calórico adicional.

Para Negretto, esses achados reforçam que a atividade física deve ser vista como uma intervenção terapêutica, contribuindo para a qualidade de vida e evitando a polifarmácia. Os músculos liberam miocinas, substâncias com efeitos anti-inflamatórios, que destacam a importância do movimento para a saúde geral.

A suplementação de vitamina D só é recomendada quando a deficiência é comprovada por exames. Encarar a atividade física como um remédio pode impactar positivamente a saúde, tratando inclusive a insuficiência de vitamina D.