Farinha viral no TikTok: mito ou benefício real para a saúde?

A chamada "farinha da felicidade" tem ganhado popularidade no TikTok ao prometer benefícios como emagrecimento, regulação intestinal e controle glicêmico. Essa combinação de cinco diferentes farinhas inclui ingredientes como farinha de ora-pro-nóbis, fibra de maçã, psyllium, beterraba e maca peruana.

Conforme explica a nutricionista Priscilla Primi, embora cada farinha seja uma excelente fonte de fibras e contribua para a saúde intestinal, o problema está na dosagem e na mistura. Ela pontua que as fibras solúveis, ao formarem um gel em contato com a água, podem prolongar a sensação de saciedade sem necessariamente reduzir o apetite.

Essa mistura de fibras também alimenta as bactérias benéficas do intestino, produzindo ácidos graxos de cadeia curta que fortalecem a barreira intestinal e promovem a saúde da microbiota. As fibras insolúveis, por sua vez, auxiliam na formação do bolo fecal e facilitam o trânsito intestinal.

Porém, os vídeos na internet sugerem o consumo dessa farinha em pequenas quantidades, como uma colher de chá diluída em 300ml de água, antes do almoço e novamente às 17h. Segundo Primi, essa quantidade é insuficiente para atingir os efeitos prometidos, como saciedade prolongada e regulação metabólica. A nutricionista também alerta para a necessidade de hidratação adequada para evitar constipação.

Ela sugere que o consumo direto dos alimentos, como beterraba ou fibra de maçã, pode ser mais benéfico. Além disso, cada ingrediente possui suas particularidades. O ora-pro-nóbis, por exemplo, é rico em proteínas vegetais, enquanto a fibra de maçã, embora rica em fibras, é também bastante doce devido ao açúcar natural.

O psyllium é conhecido por sua capacidade de formar um gel viscoso, auxiliando no controle do colesterol LDL. Já a farinha de beterraba é valorizada por seu conteúdo de ácido fólico e antioxidantes. A maca peruana, por fim, além de seus nutrientes, é estudada por potenciais influências nos hormônios sexuais, embora ainda faltem comprovações científicas robustas.

Apesar do entusiasmo nas redes sociais, é importante considerar essas limitações e procurar alternativas mais completas para obter os benefícios almejados.