Metade dos brasileiros não chega ao Fim do mês com salário na conta

Uma nova pesquisa revelou que, atualmente, cinco em cada dez brasileiros não conseguem chegar ao fim do mês com o salário depositado em suas contas, e somente dois em cada dez entrevistados afirmam ter controle sobre suas finanças. Os dados foram extraídos da Pesquisa de Saúde Financeira e Bem-Estar do Trabalhador Brasileiro 2025, conduzida pela SalaryFits, uma empresa da Serasa Experian.

O estudo apontou que 54% dos trabalhadores brasileiros com carteira assinada ou que atuam como Pessoa Jurídica não conseguem finalizar o mês com saldo na conta. Apesar disso, houve uma melhora em comparação com o ano anterior, quando a porcentagem era de 62%.

De acordo com a pesquisa, essa situação impacta negativamente a capacidade de formar uma reserva de emergência. Além disso, evidencia que mais pessoas correm o risco de endividamento, já que apenas um em cada quatro entrevistados seria capaz de arcar com uma despesa inesperada de R$ 10 mil.

O CEO da SalaryFits, Délber Lage, observou que, apesar da melhora em relação ao ano anterior, muitos trabalhadores ainda enfrentam desafios financeiros significativos. Ele ressaltou a importância de ampliar o acesso a crédito adequado à realidade do trabalhador e de promover a educação financeira como práticas essenciais nesse cenário.

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Outros dados revelados pela pesquisa indicam que o endividamento afeta 66% dos entrevistados, sendo que 43% relatam aumento do estresse, 39% sofrem com irritabilidade e 39% têm problemas de insônia decorrentes dessa situação.

Entre os entrevistados que não têm renda suficiente para cobrir as despesas mensais, 49% buscam fontes de renda extra para equilibrar as contas e evitar o endividamento. Dentre as alternativas mais utilizadas estão o uso de linhas de crédito, trabalho freelancer e ajuda financeira familiar. No entanto, 5% desse grupo não possuem alternativas para fechar as contas no final do mês.

A pesquisa também aponta que os gastos mais expressivos dos entrevistados estão relacionados a itens essenciais, como alimentação e contas básicas de água, luz e gás. Em seguida, vêm compromissos financeiros de médio e longo prazo, seguidos por despesas com consumo e educação.

A pesquisa destacou que a 'Geração Z', composta por pessoas nascidas entre os anos 1990 e início dos anos 2010, é a única que direciona parte significativa de sua renda para o lazer. Cerca de 13% desse grupo investe em atividades de entretenimento e faz uso mais frequente do cartão de crédito (17%).

Enquanto isso, os Millennials priorizam a quitação de empréstimos, dívidas (15%) e alimentação (13%). Já a Geração X, utiliza mais o cartão de crédito (14%) e se destaca na quitação de dívidas (13%).

Os dados revelam que nos últimos cinco anos, 66% dos trabalhadores enfrentaram problemas financeiros. Dentre eles, 17% estão passando por dificuldades econômicas atualmente. No último ano, 33% dos entrevistados lidaram com problemas financeiros que resultaram em restrições de crédito.

A pesquisa, realizada entre maio e junho de 2025, contou com 1.029 participantes, distribuídos igualmente entre homens e mulheres e representando todas as regiões do Brasil. A faixa etária média dos entrevistados foi de 41 anos, abrangendo pessoas de 22 a 60 anos.