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Mortes no Brasil aumentam 4,6% em 2024, diz IBGE

Brasil registra maior alta de óbitos em duas décadas

Por Redação
Foto: © Joédson Alves/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 02/11/2025 – Movimentção de pessoas no cemitério do caju pelo dia de finados.Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 02/11/2025 – Movimentção de pessoas no cemitério do caju pelo dia de finados.Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Brasil registrou quase 1,5 milhão de mortes em 2024, representando um aumento de 4,6% em relação a 2023. Este crescimento marca uma alta significativa, situando-se 0,6% abaixo do patamar de 2022, quando a pandemia de covid-19 ainda impactava o país.

A elevação de 4,6% no número de óbitos entre 2023 e 2024 é a maior dos últimos 20 anos, com exceção dos anos pandêmicos. Fora desse período crítico, nenhuma variação anual havia ultrapassado 3,5%.

Esses números fazem parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 10 de abril. As informações foram coletadas em mais de 8 mil cartórios em todo o país.

A pandemia de covid-19 resultou em mais de 700 mil mortes entre 2020 e 2023. Os números de óbitos nos anos recentes foram: 1,3 milhão em 2019, 1,5 milhão em 2020, 1,8 milhão em 2021, 1,5 milhão em 2022, 1,4 milhão em 2023 e 1,5 milhão em 2024.

Aumento esperado

A demógrafa Cintia Simoes Agostinho, analista da pesquisa, explica que o aumento das mortes está relacionado ao crescimento e ao envelhecimento da população brasileira. "Onde ocorrem mais óbitos? Nas pessoas mais velhas", destaca. "Então, o que a gente espera daqui para frente é um aumento do número de óbitos, porque a população vai envelhecendo", afirma.

Klivia Brayner, gerente da pesquisa, aponta que o IBGE não consegue detalhar as causas das mortes, mas doenças circulatórias são frequentemente as maiores causadoras. "A principal causa no Brasil, geralmente, são os óbitos por problemas circulatórios, como infarto e problemas do coração", explica.

Ela também destaca o aumento de 11,6% no número de mortes no Distrito Federal de 2023 para 2024, mencionando óbitos relacionados à dengue. No entanto, ressalta que seria necessário um estudo mais aprofundado utilizando outras fontes para compreender essa informação.

Morrem mais homens

Em 2024, 90,9% das mortes foram por causas naturais, enquanto 6,9% resultaram de causas não naturais, como assassinatos, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas acidentais. Em 2,2% dos casos, a causa não foi informada.

O levantamento também assinala que em 2024 nasceram 105 meninos para cada 100 meninas. Contudo, a cada 100 mortes de mulheres, ocorreram 120 mortes de homens.

Entre os óbitos não naturais, 85,2 mil foram de homens, número 4,7 vezes maior que o de mulheres, que foi de 18 mil. A diferença é mais acentuada na faixa etária de 15 a 29 anos, onde a sobremortalidade masculina por causas não naturais é 7,7 vezes maior que a feminina.