Piauí reduz desmatamento ilegal em 68% no primeiro semestre
Desmatamento recua no Piauí com políticas ambientais eficazes.
O estado do Piauí alcançou um marco significativo na área ambiental. Durante o primeiro semestre deste ano, houve uma redução de 67,9% no desmatamento ilegal em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). Esse avanço se baseia em dados dos satélites Landsat e Sentinel, que mostraram a preservação de mais de 20 mil hectares de área nativa.
Os números revelam que entre janeiro e junho de 2024, aproximadamente 29,6 mil hectares foram desmatados ilegalmente. Em contraste, neste ano, o desmatamento caiu para menos de 9,6 mil hectares, marcando o melhor desempenho do Piauí nos últimos quatro anos. A redução continuou em 2025, com uma queda de 6,2% do primeiro para o segundo trimestre, passando de 4,9 mil hectares para 4,6 mil hectares.
O secretário estadual do Meio Ambiente, Feliphe Araújo, atribui esse resultado a políticas públicas sólidas, apoiadas por tecnologia, monitoramento constante e fiscalização rigorosa. Segundo ele, as operações criteriosas garantem que apenas o que a lei permite seja autorizado, visando utilidade pública, interesse social ou atividades de baixo impacto ambiental.
Araújo destacou: “Estamos trabalhando de forma criteriosa na análise de processos, autorizando apenas o que a lei permite — em casos de utilidade pública, interesse social ou atividades de baixo impacto ambiental. Além disso, intensificamos as operações de fiscalização em campo e via satélite. O resultado é claro: o Piauí está conseguindo reduzir de forma consistente o desmatamento ilegal e proteger ainda mais nossas áreas nativas”.
O Piauí ainda detém vastas áreas de Mata Atlântica bem conservadas e tem um papel crucial na proteção do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil, reforça o secretário. “Nosso compromisso é manter esse patrimônio natural de pé, garantindo que desenvolvimento econômico e preservação caminhem juntos”, afirma Araújo.
No entanto, Aline Araújo, gerente do Centro de Geotecnologias Fundiária e Ambiental (CGEO) da Semarh, ressalta que os desafios continuam. Os meses de setembro e outubro são críticos, pois coincidem com o período em que os agricultores preparam a terra para o plantio, aumentando tanto o desmatamento quanto o número de queimadas. A proibição do uso do fogo durante este período visa mitigar esses impactos.
Aline explica: “Os índices até o momento são animadores, no entanto, os meses de setembro e outubro sempre registram mais desmatamento, pois é quando os agricultores fazem o preparo da terra para o plantio. É tanto que, paralelo a isso, aumenta o número de queimadas. Por isso mesmo é que a gente proibiu o uso do fogo nesse período. Agora, com o início das chuvas, especialmente no Sul do estado, muitos produtores aproveitam para preparar o solo. Então, olhando o ano todo, a gente vai ter um resultado mais efetivo depois desse período”.
Apesar desses desafios sazonais, o contexto geral é promissor. A expressiva redução do desmatamento e o fortalecimento das ações de fiscalização consolidam o Piauí como um modelo de gestão ambiental no Nordeste. A implementação de políticas ambientais bem estruturadas, em conjunto com o uso inteligente da tecnologia e a presença efetiva do poder público, demonstram que é possível controlar o desmatamento e proteger o futuro.
Fonte: Divulgação