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Prejuízo dos Correios triplica e chega a R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de

Companhia registra perdas de R$ 4,37 bilhões no semestre

Por Redação
Foto: Divulgação / InfoMoney (Tomaz Silva/Agência Brasil)
(Tomaz Silva/Agência Brasil)

Os Correios revelaram um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, conforme divulgado pela empresa estatal nesta sexta-feira, 5. Esse resultado representa um aumento significativo de 222% em relação ao prejuízo de R$ 1,35 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior.

No segundo trimestre, o número negativo atingiu R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes superior ao rombo de R$ 553 milhões observado no mesmo período de 2024. Essa escalada evidencia dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa.

A receita líquida dos Correios caiu de R$ 9,28 bilhões em 2024 para R$ 8,18 bilhões em 2025. Paralelamente, as despesas gerais e administrativas aumentaram de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões, enquanto as despesas financeiras saltaram de R$ 3,09 milhões para R$ 673 milhões.

O balanço também destaca que os custos com produtos vendidos e serviços prestados subiram de R$ 7,8 bilhões para R$ 7,9 bilhões. Em meio a essas dificuldades, a empresa enfrenta restrições financeiras, impactadas por fatores externos que afetam diretamente a geração de receitas.

Entre as razões para os prejuízos, os Correios citam a retração do segmento internacional, influenciada por mudanças regulatórias nas importações, como a controversa "taxa das blusinhas", que reduziram o volume de postagens e aumentaram a concorrência, diminuindo as receitas desse segmento.

Diante desse cenário, a estatal implementou um plano de contingência focado no aumento de receitas por meio da diversificação de serviços e expansão comercial. A estratégia também abrange a otimização de despesas e redução de custos operacionais, assegurando a universalização dos serviços.

Como parte das medidas, os Correios investem na criação de um marketplace próprio e contam com uma linha de crédito de R$ 4 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) para modernização e automação de processos. A ministra Esther Dweck, em entrevista, destacou a necessidade de cortar custos e aumentar receitas como solução para a crise que afeta a estatal.

A empresa também se comprometeu a economizar R$ 1,5 bilhão ainda em 2025, com expectativa de que o Plano de Desligamento Voluntário contribua com uma economia de R$ 1 bilhão por ano.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, pediu demissão no início de julho, mas permanece no cargo a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até que um substituto seja encontrado. Desde 2022, os Correios enfrentam prejuízos crescentes, culminando no atual desafio financeiro.