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Produção industrial recua 0,4% em setembro, revela IBGE

Setor industrial enfrenta retração em setembro, diz IBGE.

Por Redação

A produção industrial brasileira registrou uma queda de 0,4% em setembro, após ter apresentado crescimento de 0,8% em agosto, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 4. Esse resultado mostrou-se levemente melhor do que o previsto pelos analistas, que estimavam um recuo de 0,5%.

Ao comparar com setembro de 2024, observa-se um crescimento de 2% na indústria. No acumulado de 2025, a alta é de 1%, e em um período de 12 meses, o avanço atinge 1,5%. Apesar desse saldo positivo, o IBGE destaca que o setor tem mostrado perda de dinamismo ao longo do ano, pressionado por uma política monetária mais restritiva.

Das quatro grandes categorias econômicas, três apresentaram retração de agosto para setembro, e 12 dos 25 ramos industriais pesquisados reduziram sua produção. Os setores mais afetados negativamente foram os de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com uma queda de 9,7%, indústrias extrativas, que diminuíram 1,6%, e veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuaram 3,5%.

Por outro lado, a produção de alimentos avançou 1,9%, registrando o terceiro mês consecutivo de crescimento e contribuindo positivamente para o resultado geral. Outros setores que apresentaram aumento foram produtos do fumo (19,5%), madeira (5,5%) e borracha e material plástico (1,3%).

O gerente da pesquisa, André Macedo, apontou que a desaceleração da indústria em 2025 está principalmente relacionada aos altos juros. “Uma política monetária mais restritiva faz com que decisões de investimento e consumo sejam adiadas”, afirmou ele.

Macedo também destacou que, embora a taxa de desemprego permaneça em níveis historicamente baixos e a renda esteja subindo, esses fatores não foram suficientes para alavancar uma recuperação mais robusta da indústria. Segundo ele, mesmo com o avanço acumulado no ano, o resultado positivo é considerado modesto em comparação a 2024.

*Com informações do Globo