Redução de 20% no consumo de álcool pode salvar vidas no Brasil
Novo estudo aponta como diminuir o consumo de álcool pode ter impacto positivo no país

Um estudo recente revelou que a redução de 20% no consumo de álcool entre os brasileiros pode ter um efeito significativo na prevenção de mortes evitáveis. De acordo com os dados apresentados, esse cenário poderia evitar mais de 10 mil mortes anualmente, o que corresponde a aproximadamente uma vida salva por hora no Brasil. Em 2019, o país registrou cerca de 102,3 mil óbitos relacionados ao consumo de álcool, demonstrando a gravidade do problema.
Além do impacto na saúde pública, a redução do consumo de álcool em 20% também teria reflexos econômicos positivos. Estima-se que as perdas econômicas associadas às mortes ligadas ao álcool alcancem a cifra de R$20,6 bilhões anualmente. Com a diminuição do consumo, seriam evitados aproximadamente R$2,1 bilhões em perdas de produtividade, o que equivale a 58% do orçamento do Farmácia Popular, um dos principais programas de acesso a medicamentos no país.
Contexto e Importância
O estudo, realizado pela Fiocruz, a pedido da Vital Strategies e da ACT Promoção da Saúde, como parte do Programa RESET Álcool, analisou 24 doenças e mortes associadas ao consumo de álcool. Essa análise considerou a relação entre a quantidade de álcool consumida e os riscos à saúde, com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do estudo Global Burden of Disease.
Segundo os pesquisadores, a redução de 20% no consumo de álcool é uma meta alinhada com as recomendações da OMS, que visa acelerar ações nesse sentido até 2030. Medir e evidenciar esses impactos é fundamental, especialmente em um momento em que o Brasil discute a definição das alíquotas do imposto seletivo sobre o álcool, podendo ser um passo importante para atingir as metas estabelecidas pela organização internacional.
Medidas Necessárias
Além disso, os pesquisadores destacam a importância da adoção de medidas efetivas para alcançar a redução no consumo de álcool. O pacote SAFER da OMS reúne estratégias, como restrições à disponibilidade, controle da publicidade, fortalecimento dos sistemas de saúde e, especialmente, o aumento da tributação, como formas de atingir esse objetivo.
A taxação de bebidas alcoólicas é apontada como a intervenção mais custo-efetiva, com impacto significativo no consumo e nos prejuízos sociais e econômicos associados. Portanto, a definição das alíquotas do imposto seletivo sobre o álcool no Brasil representa uma oportunidade concreta para o país seguir as melhores práticas globais e promover mudanças positivas na saúde pública e na economia.