Bolsas da Europa têm queda com tensões comerciais EUA-UE

Os mercados acionários europeus encerraram o dia em baixa acentuada devido ao aumento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia. Essa movimentação foi desencadeada pelas declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que sugeriu a aplicação de uma tarifa fixa de 50% sobre produtos europeus a partir do próximo mês de junho.

Queda nas Bolsas

Em Londres, o FTSE 100 apresentou uma queda de 0,24%, encerrando o dia aos 8.717,97 pontos, embora tenha registrado um discreto aumento semanal de 0,38%. Já o DAX, de Frankfurt, teve uma redução de 1,54%, alcançando os 23.629,58 pontos, acumulando uma perda de 0,58% na semana. Por sua vez, o CAC 40, de Paris, cedeu 1,65%, fechando nos 7.734,40 pontos, com uma baixa semanal de 1,93%.

O FTSE MIB, de Milão, experimentou uma baixa de 1,94%, atingindo os 39.475,36 pontos, com uma significativa queda semanal de 2,90%. Enquanto isso, em Madri, o Ibex 35 registrou uma diminuição de 1,18%, encerrando o dia nos 14.104,10 pontos, embora tenha apresentado um ganho de 0,28% ao longo da semana. Por fim, em Lisboa, o PSI 20 teve uma desvalorização de 0,61%, fechando em 7.330,90 pontos e acumulando um crescimento semanal de 1,31%, baseado em dados preliminares.

Impacto Setorial

A sessão demonstrou forte impacto negativo nos setores automotivo, financeiro e de consumo. Empresas como as montadoras Mercedes-Benz e BMW, da Alemanha, sofreram quedas de 4% e 3,7%, respectivamente. Da mesma forma, a Stellantis, em Paris, teve uma redução de 4,56%. No setor bancário, o Deutsche Bank da Alemanha apresentou uma perda de 4,2%, enquanto o Société Générale, da França, caiu 2,6%, e o Unicredit, da Itália, recuou 3%. Marcas de bens de luxo também foram afetadas, com a Swatch Group e a EssilorLuxottica, dona da Ray-Ban, registrando perdas em torno de 5%.

Repercussões

As declarações de Trump sobre a União Europeia e as possíveis tarifas levaram a consultoria Capital Economics a prever impactos significativos na economia. Caso as medidas propostas sejam implementadas, a produção alemã poderá sofrer uma redução de até 1,7% em três anos, em comparação a um cenário sem tarifas. Países como Itália, França e Espanha também enfrentariam impactos, com quedas previstas no PIB de 1,25%, 0,75% e 0,5%, respectivamente. Já a Irlanda poderia experimentar uma diminuição de até 4% em sua economia.

O panorama macroeconômico revelou revisões positivas no PIB alemão e surpresas no varejo britânico, apesar das incertezas comerciais entre os dois grandes blocos econômicos.

Conclusão e Perspectivas

Com uma rodada de conversas prevista entre os EUA e a UE sobre tarifas, o mercado aguarda por desdobramentos e possíveis resoluções para essa escalada de tensões. Enquanto isso, as bolsas europeias permanecem atentas aos desdobramentos das negociações comerciais, que têm impacto direto nos mercados financeiros e na economia global.