Brasil: Economista da Itaú Asset critica sistema tributário e gastos públicos
Economista Thomas Wu da Itaú Asset alerta sobre tributação excessiva e má gestão de recurs
O economista-chefe da Itaú Asset, Thomas Wu, recentemente participou do programa "Outliers", com Clara Sodré e Fabiano Cintra da XP, onde fez críticas contundentes ao sistema tributário brasileiro e aos gastos públicos. Wu destacou a carga tributária de 38% do PIB no Brasil, superior à de muitos países da América Latina e Brics, sem, no entanto, proporcionar serviços públicos equivalentes aos países desenvolvidos.
Problemas de Tributação
Segundo Wu, a tributação brasileira é ineficiente e excessiva, incidindo sobre renda, consumo, operações financeiras e herança, o que resulta em uma tributação tripla sobre a mesma base. Ele criticou especificamente o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), apontando-o como uma distorção que penaliza poupadores e investidores.
Política Econômica em Conflito
Thomas Wu comparou a atual política econômica brasileira a pilotar um carro, acelerando e freando ao mesmo tempo, o que resulta em instabilidade e ineficiência. Ele destacou o conflito entre uma política fiscal expansionista, exemplificada pelo programa "Minha Casa Minha Vida", e uma política monetária contracionista, que mantém os juros elevados para controlar a inflação.
Impactos na Economia
Nesse cenário, Wu ressaltou que empresas maiores, com acesso a crédito mais barato, conseguem se sustentar, enquanto as pequenas e médias empresas sofrem mais. A divergência entre a política fiscal e monetária gera ruídos e efeitos distributivos negativos na economia brasileira.
Para o economista, é fundamental uma revisão na maneira como os recursos públicos são alocados, priorizando uma distribuição mais equitativa e eficiente. A discussão sobre cortes de gastos, segundo Wu, precisa ganhar mais espaço, destacando a importância de uma análise simétrica das políticas sociais e fiscais.
Perspectivas Econômicas
Ao projetar o futuro econômico do Brasil, Thomas Wu prevê um PIB resiliente até 2026. Ele aponta que, apesar dos juros altos, a economia ainda mostra resistência. No entanto, não enxerga margem para cortes significativos na taxa básica de juros, prevendo uma inflação próxima ao teto da meta nos próximos anos.
Em relação à redução dos juros, Wu destaca a importância de revisar os critérios, argumentando que uma inflação em torno de 4,5% sem recessão já poderia ser um indicativo para iniciar os cortes. Ele ressalta a necessidade de um debate mais amplo e equilibrado, enfatizando a importância de um direcionamento eficaz dos recursos públicos para garantir uma carga tributária mais justa e eficiente para todos os brasileiros.