Deputados repudiam Lula por críticas ao Congresso

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados aprovou uma moção de repúdio dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi tomada após declarações feitas por Lula durante um evento no Rio de Janeiro, na semana anterior.

Na ocasião, o presidente criticou o Parlamento, afirmando que "nunca teve um nível tão baixo", e classificou a direita eleita em 2022 como "o que existe de pior". Essas palavras resultaram na reação do Legislativo.

O deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) foi o autor do pedido de moção, aprovado na terça-feira, dia 21. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), presente no evento, também foi vaiado ao ser anunciado.

Repercussão das Declarações

Durante as vaias, Lula se posicionou ao lado de Motta, afirmando: "O Hugo é presidente desse Congresso". Ele reiterou que o Congresso "nunca teve a qualidade de baixo nível como agora", referindo-se à extrema direita eleita.

No dia seguinte, Motta respondeu às declarações de Lula, concordando parcialmente ao criticar a "extrema direita", mas discordando de uma crítica generalizada ao Congresso. Ele ressaltou que a instituição tem aprovado muitas das propostas do governo, principalmente em relação à agenda econômica, mesmo que com modificações.

Defesa do Congresso

No documento submetido à comissão, o deputado Evair Vieira destacou a relevância do Congresso como "templo da soberania popular". Ele considerou as palavras de Lula uma "agressão inaceitável" e um "desrespeito à vontade do povo" que escolheu seus representantes democraticamente.

O requerimento enfatiza que "ofender o Congresso é ofender o próprio povo", comprometendo o diálogo necessário para a democracia e ameaçando o equilíbrio entre os poderes. As declarações de Lula, segundo o documento, ferem o decoro público e obscurecem o debate político racional e moderado.

Fonte: Divulgação