Investigação da PF revela vazamento de informações em esquema judicial
Polícia Federal apura esquema de venda de sentenças e vazamento de dados sigilosos em oper

A Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Sisamnes, a nona, para investigar um suposto esquema de venda de sentenças no Poder Judiciário. O foco atual da ação é apurar o vazamento e a comercialização de informações sigilosas sobre inquéritos conduzidos pela PF.
Nesta sexta-feira, os agentes cumprem três mandados de busca e apreensão em Palmas (TO), além da ordem de proibição de dois alvos de manterem contato entre si e saírem do país. As medidas foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, relator do caso na Corte.
Segundo a corporação, os alvos tiveram acesso antecipado a detalhes de operações policiais, o que acabou prejudicando o cumprimento das medidas. Além disso, a operação busca investigar possíveis privilégios ilegais concedidos a um dos investigados atualmente preso no âmbito da Operação Sisamnes.
Esquema Judicial e Outras Ações
A Operação ocorre na mesma semana em que a Polícia Federal realizou a sétima e oitava fase da mesma investigação. Na última quarta-feira, as autoridades concentraram esforços em desmantelar um grupo armado composto por militares e civis, responsável por serviços de espionagem e execução de pessoas.
O grupo autointitulado "Comando C4", também mencionado como "Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos", teria envolvimento no assassinato do advogado Roberto Zampieri ocorrido em Cuiabá em dezembro de 2023. Esse advogado era peça-chave na investigação que identificou o suposto esquema de corrupção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
As investigações progrediram e descobriram a influência dos investigados entre assessores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que levou o caso a ser levado ao STF. A partir do celular de Zampieri, os investigadores encontraram indícios de pagamentos de propina a membros do Poder Judiciário.
Nesta quinta-feira, a PF realizou uma operação para afastar do cargo um juiz do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, determinando também o sequestro de bens e valores no montante aproximado de R$ 30 milhões. Segundo as investigações, foi identificado um suposto esquema de lavagem de dinheiro utilizado para dissimular pagamentos milionários de propina em troca de decisões judiciais.