STF: Vídeo editado em audiência da trama golpista gera polêmica
STF edita vídeo em audiência polêmica da trama golpista; entenda

O Supremo Tribunal Federal (STF) causou polêmica ao editar um vídeo de uma audiência da ação penal envolvendo a trama golpista. Nesse vídeo, uma gafe do procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi excluída, gerando questionamentos sobre a transparência do processo.
Edição no Vídeo e Transcrição Oficial
A edição realizada pelo STF ocorreu durante a audiência do dia 23 de maio, mas o vídeo só foi divulgado posteriormente, junto com os depoimentos de outras testemunhas do caso. No momento em questão, Gonet, ao questionar o ex-ministro Aldo Rebelo, acabou admitindo ter cometido um erro, usando a expressão "cagada".
Essa parte em que Gonet reconhece o equívoco foi removida do vídeo divulgado, assim como da transcrição oficial da audiência. A justificativa apresentada foi a determinação do ministro Alexandre de Moraes para seguir o Código de Processo Civil, evitando o uso de "expressões ofensivas" em contextos judiciais.
Detalhes da Audiência e Repercussão
No decorrer da audiência, Aldo Rebelo foi convocado como testemunha de defesa de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha e réu no processo, que também inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras seis pessoas. Durante o interrogatório, Gonet questionou Rebelo sobre a capacidade da Marinha em promover uma possível "ruptura da normalidade institucional", levantando debates acalorados.
A intervenção do advogado de Garnier, Demóstenes Torres, criticando a pergunta de Gonet, gerou ainda mais tensão na audiência. Mesmo diante das objeções, o ministro Alexandre de Moraes defendeu a validade do questionamento, enquanto a gafe do procurador foi silenciada na versão editada do vídeo.
A transcrição, por sua vez, substitui a expressão utilizada por Gonet por "cancelado", em conformidade com as diretrizes do Código de Processo Civil, que proíbe expressões ofensivas em peças processuais. Essa ação do STF levanta questionamentos sobre a transparência e imparcialidade das edições em conteúdos oficiais, alimentando debates sobre a condução dos processos judiciais.
Fonte: Divulgação