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Baixa adesão à segunda dose da vacina da dengue preocupa autoridades de saúde

Menos da metade dos vacinados volta para dose de reforço contra a dengue.

Por Redação
Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP Vacina contra a dengue Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda.
Vacina contra a dengue Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda.

A campanha de vacinação contra a dengue tem enfrentado desafios importantes, com a baixa adesão à segunda dose preocupando autoridades de saúde em diversas regiões do Brasil. Um levantamento realizado pelo GLOBO em 15 estados revelou que em 13 deles menos da metade dos jovens que receberam a primeira aplicação da vacina retornaram para completar o esquema vacinal.

Cenário da Vacinação

Desde o início da campanha, a procura pela primeira dose já apresentava números decepcionantes, com muitos estados registrando menos de 50% de adesão da população elegível. Um exemplo preocupante é o Pará, onde apenas 12,3% do público-alvo recebeu a vacina após um ano do início da imunização.

Estudos apontam que uma única dose pode não ser suficiente para uma proteção eficaz contra a dengue, sendo fundamental a aplicação da segunda dose com um intervalo mínimo de três meses em relação à primeira.

Desafios e Dados

Apenas Rio de Janeiro e Distrito Federal superaram a marca de 50% de retorno para a segunda dose, com taxas de 67% e 53,8%, respectivamente. Outros estados não enviaram informações sobre a adesão. A vacinação, disponibilizada pelo SUS, visa a proteção de crianças e adolescentes de áreas prioritárias, seguindo critérios epidemiológicos.

Até o momento, mais de 5,7 milhões de doses foram aplicadas em todo o país, com o Ministério da Saúde ressaltando a importância da busca ativa por indivíduos ainda não vacinados. A limitação na produção da vacina levou a estratégias específicas em diferentes estados, como a ampliação da faixa etária em locais com baixa adesão ou próximo da expiração dos lotes.

Desafios e Recomendações

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, destaca a necessidade de avaliar continuamente a estratégia adotada. Ele menciona a falta de comunicação unificada e a interrupção da vacinação em escolas devido a reações alérgicas como obstáculos ao progresso da campanha.

Para lidar com o alto estoque de vacinas e evitar desperdícios, o Ministério da Saúde autorizou a ampliação da faixa etária quando os frascos estiverem próximos ao vencimento. A recomendação é que a expansão considere a situação epidemiológica local e reforce a busca ativa pelos não vacinados.

O desafio de garantir a imunização adequada contra a dengue continua a ser uma prioridade, com a necessidade de medidas eficazes para aumentar a adesão à segunda dose e garantir a proteção da população vulnerável.