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Desmatamento na Amazônia cresce 4% em 12 meses

Desmatamento atinge 4,5 mil km², com aumento de 4% em relação ao período anterior.

Por Direto da Redação
Foto: Brasil2/GettyImages Incêndio na Amazônia. O desmatamento da floresta não está vinculado somente à produção direta de grãos ou de proteína animal
Incêndio na Amazônia. O desmatamento da floresta não está vinculado somente à produção direta de grãos ou de proteína animal

O desmatamento na Amazônia atingiu a marca de 4,5 mil km² entre agosto de 2024 e julho de 2025, de acordo com os dados do programa de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse valor representa um aumento de 4% em comparação com o período anterior, quando a área desmatada foi de 4,3 mil km².

Os números referentes ao desmatamento foram divulgados em um evento conjunto dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação, juntamente com o Inpe, realizado nesta quinta-feira, 7. O levantamento abrange tanto áreas atingidas por incêndios quanto corte raso, que é a remoção total da vegetação. O crescimento do desmatamento foi impulsionado principalmente pelos focos de incêndio no segundo semestre de 2024.

Impacto dos incêndios e do corte raso

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, destacou que os "incêndios em florestas úmidas, antes pouco relevantes para o desmatamento, têm se intensificado com a mudança do clima". Segundo um estudo do World Resources Institute, quase metade da perda global de floresta tropical primária em 2024 foi resultado de incêndios. No ano passado, durante o segundo mandato de Lula, houve um recorde de incêndios nas florestas do Brasil.

Cerrado e Pantanal

No Cerrado, a área sob alerta de desmatamento apresentou uma redução de 20,8%, passando de 7 mil km² para 5,6 mil km². Estados como Maranhão e Minas Gerais tiveram quedas significativas, enquanto o Piauí foi uma exceção, com um aumento de 33% nos alertas. Já no Pantanal, a redução foi de 72%, passando de 1,1 mil km² para 319 km².

Entre janeiro e junho de 2025, houve uma diminuição de 65,8% nas áreas queimadas e de 46,4% nos focos de calor em todo o país, de acordo com a avaliação do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ e do Inpe.

Fiscalização e medidas do governo

No último ano, o Ibama realizou 9.540 operações de fiscalização na Amazônia, resultando em R$ 2,4 bilhões em multas aplicadas, 3,1 mil embargos em uma área de 5,1 mil km², 2,1 mil apreensões e a destruição de 873 equipamentos utilizados em crimes ambientais.

Marina Silva enfatizou que o governo tem como meta "zerar o desmatamento até 2030", através de diversas iniciativas. Entre as ações destacam-se a contratação de 4.385 brigadistas, um aumento de 26% em relação a 2024, a aquisição de sete helicópteros para o Ibama, a liberação de R$ 850 milhões do Fundo Amazônia, apoio de R$ 405 milhões aos Corpos de Bombeiros da Amazônia Legal, recursos de R$ 150 milhões para combater incêndios no Cerrado e Pantanal, além de investimentos de R$ 785 milhões no Programa União com Municípios.

Outras medidas incluem a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, os Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas em todos os biomas, e a sanção da Lei 15.143 de 2025, que amplia a capacidade de resposta a incêndios e facilita a contratação de brigadistas.

Fonte: Divulgação