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Ex-diretor da PF é preso por esquema de mineração ilegal

Operação Rejeito mira fraudes e corrupção em autorizações ambientais.

Por Redação
Foto: Divulgação / SGB Ex-diretor da PF, Rodrigo de Melo Teixeira, alvo de operação contra corrupção ambiental
Ex-diretor da PF, Rodrigo de Melo Teixeira, alvo de operação contra corrupção ambiental

Na Operação Rejeito, deflagrada em 17 de agosto, o ex-diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal, Rodrigo Melo Teixeira, foi um dos alvos principais. A ação visou cumprir 22 mandados de prisão e 79 de busca e apreensão em Belo Horizonte e outras cidades de Minas Gerais, investigando corrupção ambiental envolvendo autorizações ilegais para mineração.

A operação, conduzida pela Polícia Federal com apoio da Controladoria-Geral da União, Ministério Público Federal e Receita Federal, revelou um esquema em que servidores públicos eram corrompidos em órgãos estaduais e federais de fiscalização ambiental e mineração. O objetivo era obter licenças fraudulentas, conforme relatado pela PF.

Histórico de Rodrigo Melo Teixeira

Rodrigo Teixeira, que estava no cargo de diretor de administração e finanças do Serviço Geológico do Brasil, é suspeito de ser sócio de uma empresa de mineração envolvida no esquema. Com uma carreira na PF iniciada em 1999, ele liderou investigações significativas, como a facada contra Jair Bolsonaro e o desastre de Brumadinho.

Formado em Direito pela UFMG, Teixeira ocupou cargos como secretário adjunto da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente. Sua trajetória lhe rendeu condecorações, incluindo medalhas Presidente Juscelino Kubitschek e Santos Dumont.

Detalhes da Operação Rejeito

A Operação Rejeito desmantelou uma organização criminosa que visava licenças fraudulentas para exploração de minério de ferro, causando sérios impactos ambientais. A Justiça Federal determinou o afastamento de servidores e o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos.

Autorizações fraudulentas permitiram a exploração ilegal de minério, inclusive em áreas protegidas, gerando riscos de desastres. A organização também monitorava autoridades para evitar investigações das fraudes. Estima-se que o grupo lucrou cerca de R$ 1,5 bilhão, com potencial de mais de R$ 18 bilhões.

Os envolvidos poderão responder por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O inquérito também revelou que a holding Minerar S/A e mais de 40 empresas estiveram envolvidas, com propinas de R$ 3 milhões pagas a agentes públicos.