Fósseis de pterossauros são achados no Piauí pela primeira vez
Descoberta histórica no Piauí revela fósseis de répteis voadores.
Pela primeira vez, fragmentos de fósseis de pterossauros foram encontrados no estado do Piauí. A descoberta ocorreu em Simões, a cerca de 441 km de Teresina, por uma equipe de pesquisadores liderada pelo professor doutor Paulo Victor de Oliveira, da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Em um dos sítios arqueológicos estudados desde 2014, o grupo recuperou ossos que, segundo o professor, pertencem a um pterossauro jovem e a outro adulto. Estes fósseis, datados de cerca de 100 milhões de anos, são partes das asas, especificamente duas falanges, encontradas na área conhecida como Capim Grande, que integra a Formação Romualdo na Bacia do Araripe.
A importância dessa descoberta, publicada nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, reside na expansão do conhecimento sobre a distribuição geográfica desses répteis voadores no Brasil. A análise microscópica dos ossos permitiu aos pesquisadores determinar que os pterossauros poderiam atingir uma envergadura de 3 a 3,1 metros.
A coleta dos fósseis, realizada em 2020, contou com a colaboração do Laboratório de Paleontologia de Picos (LPP/UFPI) e foi coordenada por Paulo Victor de Oliveira. O professor destacou o longo processo de investigação como fundamental para o sucesso da pesquisa, enfatizando que ele revela capítulos cruciais da história pré-histórica do Piauí.
O trabalho de preparação dos fósseis foi supervisionado pelo professor doutor Renan Bantim, no Laboratório de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (URCA), no Ceará. A descoberta também ressalta a necessidade de investir em áreas ainda pouco exploradas, que podem guardar mais segredos da era dos dinossauros.
A Bacia do Araripe, que se estende por Pernambuco, Piauí e Ceará, já era conhecida pelos registros de pterossauros, principalmente no Ceará. Esta nova descoberta no Piauí reforça a teoria de que esses répteis voadores estavam distribuídos por toda a bacia, preenchendo uma lacuna geográfica importante.
O estudo, fruto de uma colaboração entre a UFPI, a URCA, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Paleovertebrados (INCT Paleovert), destaca a riqueza paleontológica ainda por ser explorada no Brasil.