Governador do Tocantins é afastado por suposta corrupção
STJ afasta governador por suspeitas de fraudes milionárias.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento temporário do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, pelo período de seis meses. A decisão se baseia em acusações de que ele teria liderado um esquema de corrupção milionário iniciado em 2020, quando ainda ocupava o cargo de vice-governador.
Conforme o ministro Mauro Campbell, o governador teria transformado o estado em um "balcão de negócios". A Polícia Federal está investigando fraudes em contratos de cestas básicas, com um desvio estimado de R$ 73 milhões dos cofres públicos.
Fraudes em Entregas e Empresas de Fachada
Naquele período, Barbosa era responsável pela distribuição de cestas básicas na Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas). Empresários associados ao esquema teriam criado empresas de fachada ou em nome de terceiros para simular a prestação de serviços. Em áudios divulgados, Paulo César Lustosa, considerado operador do esquema, mencionava a gestão de recursos e a divisão de sobras financeiras.
As fraudes envolviam a reutilização das mesmas cestas básicas para enganar a fiscalização. Segundo a Polícia Federal, funcionários da Setas chegaram a "emprestar" cestas de mercados locais como parte da simulação.
As investigações também apontam que o grupo exigia propina para facilitar pagamentos do governo a empresários. Entre os envolvidos estão Wilton Rosa Pires e Maria do Socorro Guimarães, conhecida como Bispa Socorro. O nome de Lustosa aparecia nas conversas, embora ele pedisse para não ser mencionado.
Outra linha de investigação da PF é a suspeita de lavagem de dinheiro através da construção da Pousada Pedra Canga, em nome dos filhos de Barbosa. A perícia identificou gastos de R$ 6 milhões, superiores ao valor declarado. Durante operações em setembro, a polícia apreendeu R$ 52 mil na casa do governador e R$ 700 mil na residência de outro investigado.
Defesa e Partido Reagem às Acusações
A defesa do governador declarou que ele nunca participou de atos ilícitos e que, na condição de vice, não tinha autoridade para ordenar despesas. A defesa espera que o processo judicial elimine as "insinuações infundadas".
O partido Republicanos expressou confiança no direito à ampla defesa, afirmando que Barbosa terá a oportunidade de provar sua inocência.