Operação Recupera: PF desvenda esquema de fraudes no INSS

A Operação Recupera, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira, investiga um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) envolvendo ex-funcionários da Caixa Econômica Federal. Os suspeitos, que usavam o acesso aos sistemas bancários para inserir informações falsas, visavam garantir a concessão fraudulenta de benefícios previdenciários e assistenciais. O banco colaborou com as investigações, resultando na demissão dos envolvidos em 2022. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro e em cidades de Santa Catarina, com bloqueio de R$ 3 milhões em bens.

Após perderem seus cargos, os ex-servidores continuaram atuando ilegalmente, emitindo cartões de pagamento em nome de pessoas falecidas ou inexistentes para liberar aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Documentos falsificados eram utilizados para burlar o sistema e permitir saques indevidos de pelo menos 17 benefícios. O grupo agia de forma coordenada, com histórico de irregularidades disciplinares na Caixa.

Entre as fraudes mais comuns estão o uso de terceiros para perícia, saques após o falecimento do titular, laudos médicos falsos, biometria de idosos para abrir contas e golpes relacionados a consignados, provas de vida e benefícios por incapacidade. A PF não divulgou os nomes dos envolvidos, que agora estão sob investigação.

Segunda operação no INSS

A Operação Recupera é paralela à Operação Sem Desconto, que identificou descontos ilegais em benefícios do INSS promovidos por sindicatos e associações, totalizando R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Essas práticas resultaram no afastamento de servidores federais e na exoneração de autoridades. Até o momento, mais de R$ 1 bilhão foi restituído a 1,6 milhão de beneficiários. O prazo para solicitar a devolução dos valores permanece aberto até novembro.

O combate às fraudes no INSS continua sendo uma prioridade, com desdobramentos que envolvem diversos setores e colaborações entre instituições para garantir a integridade do sistema previdenciário.