Salários mais altos do Judiciário sobressaem no setor público

Os maiores salários do serviço público no Brasil estão predominantemente no Poder Judiciário e no nível federal, enquanto as remunerações mais baixas se concentram no Executivo e nas esferas municipais. Essa desigualdade foi evidenciada em um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), conforme mostrado no Atlas do Estado Brasileiro.

De acordo com o estudo, mensalmente, o grupo mais bem pago no Poder Judiciário recebe em média R$ 26,2 mil. No Legislativo, esse valor médio é de R$ 17,2 mil, enquanto no Executivo a média cai para R$ 9,3 mil. Além disso, uma previsão para 2025 aponta que o Brasil gastará R$ 1,7 trilhão com salários de servidores públicos, envolvendo a União, Estados e municípios, o que ocorre em meio às discussões sobre a reforma administrativa.

O pesquisador do Ipea, Felix Lopez, destaca que a desigualdade salarial é mais acentuada no Judiciário. Mesmo as faixas de menor remuneração neste poder superam consideravelmente os ganhos médios nos outros setores. No nível federal, os salários mais altos chegam a R$ 21 mil por mês. Em contraste, servidores estaduais mais bem pagos recebem em média R$ 11,9 mil, enquanto nos municípios, o valor máximo é de R$ 6,7 mil.

A maior parte dos funcionários públicos está empregada nos municípios, onde se encontram os menores salários. A mediana salarial no Executivo municipal é apenas R$ 2,6 mil mensais, evidenciando a discrepância em comparação com o Judiciário, onde mesmo os menores salários superam essa média.

Lopez também observa que, além das diferenças salariais, há um contraste significativo em termos de escolaridade e recrutamento entre os níveis federal e municipal. As posições mais bem remuneradas são ocupadas por procuradores do Judiciário estadual, com salários médios de R$ 40 mil em 2018, além de juízes e auditores da Receita Federal.

Fonte: Divulgação