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Venda de remédios em mercado avança e preocupa farmácias

Projeto pode afetar grandes redes e incentivar concorrência.

Por Redação
Foto: Divulgação Semana será decisiva para PL 2158, que autoriza venda de remédios em supermercados (Imagem gerada por IA)
Semana será decisiva para PL 2158, que autoriza venda de remédios em supermercados (Imagem gerada por IA)

O projeto de lei 2158, que sugere a venda de remédios sem prescrição em supermercados, avança no Congresso Nacional. A proposta, atualmente na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, recebeu parecer favorável do relator, senador Humberto Costa (PT-PE), e pode ser votada na próxima quarta-feira, 3. Se aprovada, seguirá para a Câmara dos Deputados.

Desde sua criação em 2023, a proposta sofreu alterações. O parecer do relator proíbe a venda de medicamentos em gôndolas, exigindo que os supermercados tenham uma estrutura separada para a comercialização, com a presença de um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento.

Além disso, os supermercados precisariam alterar sua Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para incluir o varejo farmacêutico, ou firmar convênios com farmácias licenciadas. O parecer também permite que plataformas digitais de entrega sejam usadas na logística de medicamentos, de acordo com as regras da Anvisa.

O autor do projeto, senador Efraim Filho (União-PB), argumenta que a concorrência pode levar a preços mais baixos. No entanto, há preocupações entre farmacêuticos e a Sociedade Brasileira de Toxicologia sobre o impacto nos pequenos negócios e o incentivo à automedicação.

Concorrência do Mercado Livre em discussão

A movimentação das varejistas farmacêuticas na bolsa reflete a pressão da possível concorrência. O Marketplace Mercado Livre (MELI34) está no radar por adquirir a Target, uma farmácia em São Paulo, potencialmente atendendo requisitos do projeto para venda de medicamentos controlados.

Analistas do Santander observam que essa entrada no setor pode impactar as ações da RD Saúde e Pague Menos, gerando cautela nos investidores.

Impactos no mercado farmacêutico

Com um setor altamente fragmentado, o Mercado Livre pode expandir adquirindo pequenas farmácias. Enquanto RD Saúde e Pague Menos podem se beneficiar com ganho de market share, outras varejistas podem ser mais afetadas.

O Santander mantém uma postura positiva para as ações da RD e neutra para Pague Menos, enquanto o Itaú BBA considera que o Mercado Livre precisará se destacar significativamente para competir.

A RD Saúde, que realiza mais de 70% das vendas via 'clique e retire', oferece conveniência que pode limitar a vantagem inicial do Mercado Livre, segundo análise de especialistas. No entanto, as ações das duas empresas continuaram em queda, refletindo a preocupação com a crescente concorrência.