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Vodca falsificada: Risco e ação em São Paulo

Intoxicações por metanol alarmam e mobilizam ações fiscais.

Por Redação
Foto: Agência Brasil/Biodiesel Brasil Entidade pede fiscalização rigorosa dos produtos
Entidade pede fiscalização rigorosa dos produtos

A Polícia Civil está investigando graves casos de intoxicação no estado de São Paulo, associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. Juntamente com a Vigilância Sanitária, operações de fiscalização estão em curso, resultando na interdição de estabelecimentos suspeitos de comercializar produtos falsificados.

Este problema alarmou o público e levou a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) a intensificar um alerta já emitido anteriormente. Em abril, a entidade divulgou uma pesquisa revelando que 36% das bebidas vendidas no Brasil eram falsificadas, adulteradas ou contrabandeadas.

A pesquisa indicou que os produtos mais afetados são vinhos e destilados, destacando que uma em cada cinco garrafas de vodca vendidas no país é falsificada. "Há um esquema de adulteração em larga escala em território nacional", aponta o relatório.

O impacto dessa prática criminosa vai além da sonegação fiscal, agora representando um risco direto à saúde pública, conforme alerta a Fhoresp. Para Edson Pinto, diretor-executivo da entidade, é crucial reconhecer que fraudadores são uma minoria entre os estabelecimentos, mas representam um perigo significativo.

Até o momento, cinco pessoas em São Paulo morreram devido à ingestão de bebidas adulteradas com metanol, e outras três permanecem internadas em estado grave. Um jovem de 27 anos está em coma há cerca de três semanas após ter seu cérebro afetado, enquanto uma mulher hospitalizada perdeu a visão e um homem teve um AVC e dificuldades visuais.

O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) de Campinas confirmou a presença de metanol nas amostras analisadas. Este composto é um álcool altamente tóxico, capaz de causar sintomas como visão turva, dor abdominal, tontura e convulsões, além de danos severos e até morte.

Edson Pinto enfatiza a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa por parte do Estado e das autoridades competentes para garantir a segurança dos consumidores e a integridade dos produtos vendidos. "Pessoas estão sofrendo com sequelas graves e é crucial que haja controle sobre a distribuição das bebidas", afirma.