Corregedor da Câmara é acusado de fraude em licitações milionárias
Deputado federal enfrenta processo por desvio de R$ 1,9 milhão em licitações fraudulentas.

O deputado federal Diego Coronel (PSD-BA), que atua como corregedor na Câmara dos Deputados, está no centro de um processo de improbidade administrativa que corre no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. As acusações feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) apontam desvios de recursos públicos durante sua gestão como prefeito de Coração de Maria, Bahia, entre 2009 e 2012, totalizando R$ 1,9 milhão em licitações fraudulentas.
As investigações tiveram início a partir de um inquérito da Polícia Federal (PF) sobre desvios em prefeituras baianas. No caso específico de Coração de Maria, as apurações indicam que duas licitações realizadas em 2011 e 2012 visavam a locação de veículos. No entanto, a empresa escolhida, JAM da Paixão, não possuía frota nem funcionários, sendo acusada de ser uma fachada para justificar pagamentos por serviços que nunca foram prestados.
O proprietário da empresa, João Augusto Moura da Paixão, alegou à PF que abriu a firma a pedido do então prefeito, com o intuito de "fazer circular valores". Ele afirmou que receberia 5% do valor depositado na conta da empresa sem prestar qualquer serviço à prefeitura. O MPF sustenta que Coronel utilizou esse esquema para desviar recursos e viabilizar a fraude, mas a defesa do deputado refuta as acusações, garantindo que o desfecho do caso será semelhante a outras ações arquivadas anteriormente.
Em meio a essas acusações, Diego Coronel se viu sob os holofotes novamente na última semana. Ele recebeu do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a solicitação de suspensão, por até seis meses, do mandato de 14 deputados da oposição envolvidos em uma ocupação do plenário que durou 30 horas, impedindo o andamento dos trabalhos e bloqueando fisicamente a Mesa Diretora. Dentre os parlamentares investigados estão Marcel van Hattem (Novo-RS), Zé Trovão (PL-SC), Marcos Pollon (PL-MS) e Júlia Zanatta (PL-SC).
As acusações incluem resistência à ordem de desocupação, bloqueio físico da passagem do presidente e ofensas pessoais. Coronel optou por seguir um processo mais detalhado e terá cerca de 45 dias para analisar cada caso individualmente, antes de tomar qualquer decisão.